Voltando ao Terreiro

 

Saudações leitores e irmãos de fé.

Aqui quem vos fala é o neófito, com novidades, afinal, visitei o meu primeiro terreiro na cidade nova.

Bem meus caros irmãos, como havia dito, voltei a procurar alguns locais para frequentar, vestir branco dependo da ordem dos meus mentores, porém, ser consulente, não tem nenhum problema, não é mesmo?

Eis que visitei uma casa muito bacana em Campinas, extremamente acolhedora, coincidentemente uma casa enorme, por volta de sessenta filhos e uma assistência cuja a senha alcançava o número 99. Chegando no local, um galpão grande, com uma bela placa na frente dizendo o nome dos patronos daquele terreiro e o estacionamento CHEIO de carros, eu e minha mulher ficamos até assustados com o movimento massivo de pessoas naquele lugar, o que para mim, é de certa forma, um bom sinal, a casa é próspera e bem atraente, não é mesmo?

Depois de uma fila de quase 40 minutos para retirada de senha, sentamos e esperamos os trabalhos começarem, o centro oferece um pequeno balcão com salgados a disposição de compra, com excelente aparência, não provei porque estou retirando qualquer carboidrato da alimentação momentaneamente, mas isso não é o foco do artigo, qualquer dúvida, vocês têm o meu e-mail. 😉

Uma coisa que eu sou extremamente observador, a forma que os filhos da casa e os responsáveis pela recepção nos recebem, e isso é nota 1000, pessoas extremamente simpáticas, receptivas, altruístas e isso para mim é um grande ponto a favor, diferente dessa falsa caridade que vemos em muitos centros de Umbanda, que as pessoas não possuem a CAPACIDADE de sequer te saudar.

Enfim, abertura dos trabalhos, linha de exus (Para deixar a volta ainda mais perigosa), a curimba é excelente, o pessoal toca demais, confesso não ter gostado muito das vozes (muitas vezes ficava confuso), mas o toque da casa é esplendoroso e a assistência inteira cantando batendo palmas foi de arrepiar, mais que 100 pessoas cantando ponto em uníssono só confirmou a coesão da casa, tanto da assistência quanto dos médiuns em questão, os pontos de abertura correndo solto, tudo mundo batendo palmas contagiando até a minha filhinha de dois anos, batendo palmas e dançando, e sim, a abertura foi muito, mas muito boa.

NA hora das incorporações também algo que eu observo demais e achei um primor nessa casa, a organização da incorporação dos médiuns, não só no aspecto de cada um ter a sua vez, mas a facilidade com que o guia chegava, sem jogar o filho no conga, no atabaque, na assistência, os dirigentes do centro também não são daqueles que precisam rodar o maldito barracão inteiro pra chamar a atenção e mostrar que querem incorporar, a objetividade, eficiência e foco desse centro realmente me atraiu de forma espetacular.

Depois das entidades incorporarem, obviamente leva um tempo considerável pela quantidade de filhos na casa, também me chamou a atenção da MUDANÇA TOTAL da linguagem corporal de um dos dirigentes, que já era bem senhor, porém, sua postura, linguagem corporal e aspecto facial mudou totalmente permanecendo-se em pé DURANTE TODO O TRABALHO que durou um pouco mais que quatro horas.

A postura das pomba-giras e exús também merecem destaque, pela educação e pelo charme das pomba-giras, os pontos são totalmente leves, diferentes daqueles que Maria Padilha dá para 5, que ser p… é uma delícia e assim por diante, enfim, a postura das entidades foi MAGNÍFICA. Obviamente eram charmosas, dançavam muito, mudavam totalmente suas médiuns, mas eram pomba-giras, e não meretrizes como muitas médiuns se transvestem quando estão sob a MENOR DAS IRRADIAÇÕES.

Eu sinceramente fiquei extasiado, maravilhado por ainda existir casas sérias, que seguem a cartilha, que seguem com afinco o objetivo da prática da caridade, obviamente não faço parte do corpo mediúnico e sem dúvidas, existem os problemas, também lógico que foi a minha primeira visita, mas das casas que eu fui nos últimos 3 anos, e sem o menor erro, ultrapassa as 3 dezenas, essa foi a que realmente me encantou, essa ao menos conseguiu chamar minha atenção e querer voltar, assistir, conhecer.

As consultas são totalmente organizadas, e aí SIM, vamos às consultas:

– Minha esposa: Ela adorou, além do exú ter acertado tudo o que se passava na vida dela, contribuiu, OU SEJA, gente, prestem atenção: O exú que nunca a viu, nem tampouco o seu médium também a conhece (Assim espero, rs), porque somos novos na cidade, contou coisas que acontecem com ela, quais os pontos fracos e fortes dela e não coisas óbvias como: “Você tem problema na família”, “No seu trabalho tem alguém que tem inveja de você”, “Olha moça, fizeram um trabalho pra você”, sabem essas coisas fúteis, vazias e totalmente especuladoras? Não, ele foi EXATO, específico na consulta e FELIZMENTE vejo que ainda existem MEDIUNS BONS E FIRMES. A consulta foi como deveria ser: Contou o que se passava, onde ela errava e como melhorar, diferente de outros guias que só vão dar sermões infundados ou repetitivos.

– Minha consulta: O exú disse que queria mais pessoas como eu, porque eu não fui ali pedir nada, só queria descarregar (E realmente, nunca peço nada, só vou para pedir limpeza). Falou o tempo que estou de férias (Dos trabalhos espirituais) e que eu preciso DESACELERAR, sim, porque estou com cinco projetos em andamento e ele disse para eu focar.

O trabalho foi ótimo, leve, a luz meio acesa, o que eu gosto muito do que trabalhar naquela escuridão, as duas crianças que estavam lá, estavam bem. Alguns trabalhos com esquerda as crianças ficam com medo, ficam apavoradas, não foi o caso, foi um trabalho de esquerda, mas como qualquer outro trabalho de Umbanda, limpo, objetivo e leve. Sem aquela quebração de garrafas, sem aquele alvoroço e sujeira.

Não bastasse as pessoas serem acolhedoras, a casa ter uma energia e uma coesão assistência-corpo mediúnico fantástica, a consulta ainda foi ótima!!!

Confesso que minha primeira impressão foi das melhores, mas como disse, é a primeira vez e não conheço como um todo, mas diferente de dezenas de casas no passado, essa me atraiu muito, e casas assim fazem jus pelo tamanho.

Ah, e não tem esse tanto de gente porque ministram cursinhos de iniciação, que tem cursos que tudo é pago, eu entrevistei alguns assistentes, ali é CARIDADE e não forma ILÍCITA de ganhar dinheiro. Além do centro ser maravilhoso e ser ausente de tudo isso, não tem nenhum certificado ou diploma de lugar nenhum que os certificam como dirigentes e sim a própria espiritualidade, e sem dúvidas, um centro organizado dessa forma, não necessito pedir credenciais.

Conhecimento Divino é DADO e não PAGO, lembrem-se disso.

Feliz e saltitante.

Neófito da Luz.

O Valor da Mensalidade e Custos Adicionais

Um fraterno Saravá a todos os meus irmãos espirituais.

Um tema chato, porém necessário, tendo em vista o número de dirigentes capitalistas que cresce exponencialmente na Umbanda. O Valor da Mensalidade e outros custos adicionais.

A Mensalidade como todos nós devemos saber é para custear as despesas do centro, claro, que não é porque é centro é tudo exatamente grátis, existe o custo com o aluguel, IPTU, saneamento, eletricidade, os materiais de limpeza e outros utensílios que se fazem necessários nos rituais como bebidas, velas e fumo.

O centro do qual eu participava, existia o tesoureiro que era obrigado a prestar conta de todos os gastos que o centro efetuava mês a mês, eu fazia reuniões justamente voltadas à tesouraria do centro, para ser transparente onde o dinheiro de todos estavam indo, a mensalidade era dividida de forma igual e quem quisesse realizar doações além da mensalidade era, obviamente, de bom grado.

Até aí acho que estamos todos alinhados, todos nós sabemos da importância da manutenção para o centro, e todos nós queremos trabalhar em um local limpo, perfumado e reformado.

Agora começa o outro lado da moeda, muitos centros divulgam a necessidade exacerbada de trabalhos mensais, como trabalhos de proteção à casa, prosperidade dos filhos, limpeza espiritual da casa e entre muitas outras, aí é onde a bandidagem começa a reinar, um centro de Guarulhos, já até falei no blog, o dirigente tinha um mercado e somente lá era pra ser comprada as coisas para os trabalhos da casa, por preços normalmente bem mais caros que a concorrência. Existem outros casos do dirigente só arrecadar o dinheiro dos filhos e ele mesmo realizar os trabalhos, dos quais muitas vezes, nenhum filho presencia. Existem casas que além da mensalidade de R$ 80,00, R$ 100,00, eventualmente cobram-se os trabalhos já mencionados anteriormente, que oscila entre R$ 50,00 e R$ 200,00 para cada filho, existem também a cobrança de cursos que são OBRIGATÓRIOS para os filhos da casa, seja para iniciação mediúnica, seja para curimba, benzimento (Esse tipo de curso me arranca os cabelos e agora ONLINE) entre outros meios de contribuir para a renda do dirigente, é claro.

E antes que eu receba e-mails me execrando, gostaria de afirmar que critico sim, acho totalmente errado, mas se você acha justa a cobrança. Fique em paz meu irmão, como disse, existe a Verdade de cada um de nós, você não precisa concordar com tudo o que eu digo, mesmo porque eu erro PRA CARAMBA todos os dias, e me cobro por isso todos os dias.

Existem filhos totalmente leais aos seus dirigentes, e confesso, ainda existem dirigentes que VALE MUITO A PENA você vestir a camisa, guerrear com o irmão, cavar a trincheira e se sujar junto com ele, sim, ainda existem pessoas muito sérias na Umbanda e se o seu dirigente é um deles, do qual VALE A PENA insistir em pagar por diversos trabalhos porque você vê resultado, vá na fé meu irmão, precisamos de soldados leais como você, porém, a realidade é bem diferente na grande maioria das casas, é o dirigente andando de carro zero, a casa um pardieiro e filho necessitado recorrendo a outros meios para auxilio.

E quando o centro cobra décimo terceiro? SEM COMENTÁRIOS!

Ainda existem as casas que cobra a mensalidade de R$ 30,00 dos assistentes para serem atendidos, isso aconteceu com um ilustre irmão meu, Roberto (Cabeça de Águia) que ia em uma casinha e para ajudar com os custos porque tinham poucos filhos, eles solicitavam a contribuição para ajudar nas despesas. Eu sinceramente, preciso refletir mais sobre isso! Rs

Eu particularmente, EU, neófito, acho um tanto de desperdício de comida e de dinheiro para realizar tantos trabalhos, tem muita casa que faz o trabalho mensal de manutenção espiritual, o que eu também acho totalmente desnecessário, se for ver, as religiões afro-brasileiras são as que causam maior gasto aos adeptos e em quase sua totalidade, composta de pessoas humildes, por isso, eu vivo dizendo, que se pra você funciona, excelente, mas se quiser buscar reflexão, compreender um pouco mais o universo espiritual, é sabido que oferenda é muito mais que um potencializador de fé do que uma necessidade de magia dos guias ou orixás. Até acredito que possa ser usada como repositor energético, mas não julgo necessário com tanta frequência, e como eu sou totalmente CONTRA o desperdício de comida, acho muito mais plausível juntar esse dinheiro e comprar comida para crianças e velhos necessitados a acender uma vela e deixar ao relento estragando. SIM, pra mim está estragando.

Mas para cada qual é dado conforme sua Obra, os meus nunca pediram oferendas, aliás, alguns pediram uma única vez, e já estou há quase 20 anos na Umbanda, vejo médiuns com um ano de obrigação, as sete linhas já pediram oferendas, mas como digo, cada um está em seu patamar vibratório específico e necessita de elementos específicos para trabalho, pra mim não serve, para outros, talvez.

Outros centros, superfaturam os elementos magísticos, eu ia em uma casa que todo mês tinha que passar ebó nos filhos, fazer o sacudimento, passar o galo vivo e soltá-lo na encruzilhada, fazer vários obrigações com elementos densos, e eu me lembra que na época a mensalidade + custos adicionais oscilavam entre R$ 150,00 e R$ 300,00, quem ganhava um salário mínimo, tinha que sustentar a ela e ao orixá! Rsrs. Pessoal tinha mais medo com a demanda que vinha a fome que chegaba! rs

Se o seu guia ou o seu orixá não tem o bom senso de perceber que você está deixando de fazer certas coisas para agradá-los, pra mim não servem como mentores, apenas como sanguessugas e não diferem em nada de muitos pastores e “sacerdotes” de Umbanda, vale a reflexão, pessoas, nenhuma religião precisa tantp de show gastronômico como as afro-brasileiras, então, atentem-se.

Eu sou muito mais fazer uma festa para o orixá, com um banquete e trazer crianças carentes do que deixar tudo na mata com vela acesa, mas essa é minha ignorante opinião, porém, é a Minha Verdade e a qual me instruiu durante todos esses anos.

Cuidado, senhores, religião é o instrumento de religação com Deus, se tivermos que pagar para termos o melhor da Consciência Universal, se tivermos que pagar para ter Sua Instrução, Sua Luz, estamos todos submersos em um mar de merda! Rs

E lembrem-se, a mensalidade é necessária para o sustento da casa, isso é irrefutável, agora quaisquer outros trabalhos que corroboram com o gasto excessivo, vale a pena refletir se está sendo produtivo e se você está tendo o devido retorno, VOCÊ AINDA PERTENCE AO MUNDO DOS VIVOS E VOCÊ PRECISA SE MANTER, logo, analisem o a quantia de valores que demandam ao centro.

Namastê.

Neófito da Luz .’.

Zeladores de Santo, Curso de Sacerdócio, Guias de Reserva, Evangelho nos Trabalhos.

Saudações fraternas, irmãos de fé.

Mais um texto do formato bate-papo sobre os zeladores de santo, os médiuns que não podem trabalhar com outro guia da mesma linha e a evangelização nos trabalhos umbandistas.

Primeiramente, gostaria de expor a minha humilde opinião sobre o Zelador de Santo, primeiramente, na Umbanda não trabalhamos com Santos, Santos são espíritos que já encarnaram e podem continuar encarnando na Terra pelos mais variados objetivos, segundo a liturgia Cristã, foram todos aqueles que foram salvos por Jesus Cristo ou tiveram uma consulta ilibada em Vida, de devoção e de Trabalho Altruísta, essa é a definição básica de santo, claro, que se consultarmos com calma a história da maioria dos Santos, nada mais foram que pessoas comuns, algumas até hediondas, mas isso não é o assunto do Post. Não incorporamos o Santo, não incorporamos São Jorge, São Sebastião, nenhum deles, isso é apenas Sincretismo, consequentemente Santo é diferente de Orixá, porque Orixá é desdobramento Vibratório, é Vibração Divina, á uma Força Natural dispersa no Cósmico. Nem o próprio Orixá, incorporamos, e sim um representante Natural daquela Força, daquela Vibração. Então, irmãozinhos, não confundam Orixá e Santo, são assuntos completamente distintos, o Santo pode estar contido na Vibração do Orixá, e não o contrário é a mesma analogia de que Cristo é Deus, e não é bem assim, Deus está em Cristo e não o contrário. De certa forma, Cristo é a representação de Oxalá, porque ele veio para Terra, trazer a Fé, a Paz, trazer o Conhecimento Divino e acender a Luz Divina Interior que cada um nós temos, ele não é Oxalá, mas trouxe consigo toda essa vibração, compreenderam?

Com isso, espero ter sido o mais claro possível quanto a esse fundamento, então para que teremos zeladores de santo em um local que não existem Santos?

Agora vamos desmembrar o que significa um zelador: É aquele que zela, é aquele responsável por cuidar de um determinado assunto, então zelador de santo, é aquele que zela e cuida do santo. Contraditório.

Vale deixar bem claro que não estou questionando a serventia de um zelador de santo, pra mim, esse nome nem deveria existir mais, primeiramente porque é sabido que não temos santos na Umbanda, outro motivo, é que quem zela realmente pelo nosso orixá, somos nós mesmos, nós que damos as oferendas, trazemos sua Energia em nossa matéria, acendemos as Velas, vibramos com ele, então, todos nós somos zeladores de nossos próprios orixás, correto?

Então, está aí mais um estudo de vício, zelador de santo, pai de santo, são nomes que não fazem muito sentido quando estudamos minuciosamente o assunto. É um dos exemplos que eu sempre digo sobre estudar o vício, seguir uma tradição sem estudar a causa da mesma.

Esse é um termo que veio do candomblé, junto com os sacrifícios e outras centenas de fundamentos que incorporaram na Umbanda atual. Como dizia Pai Agenor, “No meu tempo o candomblé era de morim, hoje é de plumas e lantejoulas”.

Portanto, pai-de-santo, zelador de santo não é usual na Umbanda porque não ocorre esse tipo de zelo por parte do dirigente.

Agora vamos falar um pouco sobre o curso de sacerdócio.

Já conheci alguns irmãos que realizaram esse curso e gostaram bastante, mas é importante lembrar que esse curso o torna sacerdote de uma linha apenas dentro do contexto do Saraceni, é importante dizer que já é um tipo de Umbanda que sofreu algumas adaptações, já presenciei alguns centros que possui essa linha e para mim, particularmente não agradou muito, já vi muitas pessoas felizes com esse tipo de liturgia e eu mesmo já presenciei a eficiência dos trabalhos, mas é muito importante salientar, que te torna sacerdote de um tipo específico de liturgia de Umbanda, pra mim, já não seria útil, porque além de preferir um “curso” direto com os meus mentores, eu sou adepto e até mesmo parte de uma liturgia totalmente diferente. Os centros que eu presenciei que trabalham com essa linha, trabalha muito com o Orixá, e eu já não sou tão adepto a essa forma de trabalho, eu mesmo já fui instruído a ter um tipo de trabalho mais centralizado e focado em assistência e não muito em rituais, e a abertura para mim é um pouco cansativa.

Mas é o que eu sempre digo, para cada qual é dado conforme seu merecimento e conhecimento, como já havia dito. Já vi funcionar muito bem esse trabalho, os centros dessa linha são relativamente cheios, funciona pra muita gente, mas não para mim, o mesmo acontece com pessoas da linha Guaracyana, é muito bacana, um ritual agradável, mas não é a minha praia.

O curso de sacerdócio para quem GOSTA da linha do Saraceni, que tem muitos livros dentro da Umbanda, quem gosta de todo aquele Esoterismo explanado em seus livros, é um curso bacana, mas é muito importante salientar que o sacerdócio de um Terreiro, quem o torna é o seu mentor, é a corrente mediúnica que você tem, não adianta você ter uma missão de ser filho de fé, de você ter mentores que ainda não querem uma casa e fazer esse curso, você será sacerdote no “diploma”, mas não terá preparo “espiritual” para tal, o curso é um apoio, mas isso não o torna um dirigente e nem tampouco capaz para dirigir um terreiro, nem todo médico é bom, como nem todo formando é competente em sua área, nesse mesmo preâmbulo, um pedaço de papel não o tornará capacitado para dirigir um templo espiritual, isso é muito importante ter em mente.

Nesse mesmo assunto de linha de Saraceni, linha de Carlos Buby, que é a linha Guaracyana, tem também algumas limitações da forma de trabalho dos médiuns, por exemplo, conheço alguns irmãos de algumas escolas umbandistas que não podem trabalhar com mais de um caboclo, ou melhor, com mais de um mentor durante os trabalhos na casa, uma vez que seu caboclo deu o nome ou apareceu no terreiro, será esse até o fim de seus trabalhos dentro da casa. Eu particularmente não concordo, mas como eu sempre digo, dentro da Umbanda existe diversas linhagens, e com elas, as suas vantagens e desvantagens de cada liturgia, isso me remete ao centro do dirigente vaidoso onde só o marinheiro dele é o capitão do mar.

Eu particularmente não gosto de limitar o médium e nem a forma de trabalho da corrente dele, obviamente dentro do meu conceito de boas práticas, é claro, e é muito importante salientar que todo dirigente já foi um médium iniciante, portanto, pra mim seria muito importante realizar um bom desenvolvimento em um médium que um dia terá a sua casa, seria até mesmo um grande prazer.

Todos os médiuns possuem mais de um mentor em cada linha, uns tem mais, outros menos, não existe uma regra, uma linha de Produção no Mundo Espiritual, cada médium vem em Terra desempenhar um papel diferente do outro, o médium de cura, por exemplo, não precisaria ter 500 exus, diferente de um médium que vem com o objetivo de ser um dirigente, quanto mais guardiões para sustentar a casa, melhor fica. Então, irmãozinhos, cada qual com o seu merecimento e missão designada.

Acontece o fato de que talvez o seu caboclo de trabalho estar em uma outra missão, como já citei aqui no blog, Tranca-Rua que eu sirvo,  uma vez se ausentou e avisou uma semana antes avisando do desencarne massivo em nosso plano, isso aconteceu com o tsunami na Tailândia.

Então o médium vai ficar parado sem ter o que fazer? Importante também lembrar que temos pelo menos um par de orixás, onde cada um trará o mentor de sua vibração para trabalhar junto com o médium, então, por que não deixar o médium trabalhar com pelo menos dois de cada linha de sua corrente? É muito comum você ter um “mentor de reserva”. O que não pode é virar circo, dentro de uma mesma corrente vir três ou quatro na mesma linha, mas isso pode ser evitado se for explicado calmamente ao médium.

Portanto, limitar o número de mentores de cada linha nos trabalhos em minha opinião não seria uma prática habitual.

Agora falando um pouquinho sobre os Evangelhos dentro das liturgias.

Evangelho nos trabalhos eu acho uma prática excelente, aquela leitura do evangelho segundo o espiritismo ou até mesmo da bíblia, e refletirmos uns 10 minutos sobre aquele assunto, eu acho uma prática imprescindível para todos os trabalhos, para os que me conhecem, sabem que eu prezo o conhecimento, os estudos acima de tudo, e isso não seria diferente antes da abertura dos trabalhos, sempre bom aquele assunto antes de abrir os trabalhos, aquele debate filosófico, onde cada médium poderia contribuir com sua opinião e experiência, acho que se a grande maioria das casas adotassem essa prática, não teríamos tanto irmãozinhos perdidos e que necessitam recorrer a meios externos para aprendizado. Além do Evangelho, acho interessante um tipo de trabalho aonde o mentor vem e dá o seu recado, passa o seu ensinamento, a sua experiência.

Tudo o que traz conhecimento, experiência e desperta no médium a curiosidade e a saciedade, eu acho imprescindível e já foi determinado pelos meus mentores quando chegar o meu momento, a casa terá palestras, doutrina aberta ao publico sobre os mais variados assuntos esotéricos, cada um fazendo a sua parte e aprendendo um pouquinho de cada, chegaremos muito longe.

Nenhuma Senda trabalha melhor a evolução das pessoas do que a própria Senda do Conhecimento, ela nos leva a todas as outras.

Esse foi apenas um bate-papo rápido.

Com amor.

Neófito da Luz.

Papos Genéricos em Consultas

Namastê, mais uma vez aqui estou, para escrever mais um artigo sobre Umbanda. Tá muito complicado escrever novos artigos porque faz um bom tempo que não entro em terreiro por alguns motivos, muitos já supracitados e as dúvidas dos irmãos são sempre as mesmas, ou seja, as pessoas preferem perguntar a ler as páginas do blog.

Deu grande repercussão aquele “guia sobre charlatanismo” e resolvi escrever sobre mais alguns pontos sobre como ocorrem as consultas nos terreiros.

Primeiramente gostaria de salientar que tá cada dia mais difícil médium dedicado e consequentemente a isso, médium firme, eu mesmo não fujo à regra, conforme já conversei já escrevi, fui iludido por alguns vícios, principalmente mulheres o que me ajudou a desvirtuar do caminho da evolução, mas isso é passado, e é importante caminhar nas Trevas para reconhecer o Paraíso.

Minhas ultimas consultas com os mentores que suspostamente estavam incorporados seguiram um script totalmente genérico e com pouco fundamento, o assunto da entidade é são sempre os mesmos:

1)        Alguém no seu serviço tem inveja de você;

2)        Você tem problemas com alguém da sua família;

3)        Você tá passando por uma crise;

4)        Você tá com dores;

5)        Tá precisando de mais dinheiro;

É sempre o mesmo assunto, quem na vida nunca teve problemas com alguém da família? Esse negócio de inveja, sempre tem aquele infeliz do seu serviço que fala mal de você, poxa vida, tudo coisas óbvias que as pessoas que ali adentram ficam totalmente impressionadas.

Isso quando a entidade não te enche de questionamentos, ficam perguntando as coisas pra você, sinceramente, a Umbanda que eu conheci, os guias eram específicos e falavam de bate e pronto. Eu lembro em uma consulta com o S.R. João Baiano, de um médium da casa que eu era pai pequeno que hoje abriu o seu terreiro e disse a uma consulente:

– Você já trabalhou vendendo o seu corpo para sustentar a sua família né?

ISSO SIM É ALGO ESPECÍFICO.

Hoje eu vejo os mentores falando coisas que não AGREGAM em nada, pelo contrário, só deixa a pessoa mais preocupada, mais aflita, e para qualquer um que estude um pouco sobre a espiritualidade, que lê ao menos um pouco de Ramatís ou outros mestres, sabe que espíritos de luz não falam isso.

Você quer entrar em um terreiro para ouvir coisas boas, para aprender, para sorrir e não para ouvir que você tá sendo traído, que tem alguém com inveja de você, hoje eu vejo as “entidades” trazendo mais problemas que soluções, por isso, prefiro eu mesmo buscar sozinho as soluções, já que eu vou pra terreiro só pra saber de problemas, não quero entrar mais nesse tipo de vibração.

Muitos irmãos me adicionaram para conversar e vejo que isso não acontece só comigo, as pessoas vão aos terreiros e trazem ainda mais problemas, mais preocupações, e como confiam cegamente no que a suposta entidade falam, fica ainda trazendo para si mais vibrações deletérias e até mesmo cargas telúricas complicadas.

A maioria das pessoas que adentram em terreiros, são pessoas desesperadas por ajuda, ouso a dizer que muitas delas ignoram quaisquer tipos de conhecimentos espiritualistas, estão submersas ao estudo de vício, que entidades punem, que estão no mesmo patamar que nós.

O campo que vou entrar agora é um pouco complicado, mas vamos lá:

Existem entidades que preferem se “enturmar”, utilizando de artifícios terrenos, como brincadeiras sexuais, essas coisas para deixar a pessoa mais à vontade, isso é muito comum e até aceitável, isso ocorre mesmo, muitos brincam com o vício, que não vive sem cigarro, entre outras brincadeiras, o que é aceitável. Uma vez ouvi o Sr. Chico me dizer que ele vem como uma pessoa simples para que os humildes de coração não se sintam diminuídos ao falar com ele, para doutor falamos de um jeito e para o paciente de outro. Isso acontece muito nas sessões dos terreiros, mas às vezes isso ultrapassa o bom senso.

Quando o guia começa a puxar a língua do médium, começa a dar uns tapas, começa a queimar vela como punição, isso já começa a ficar muito suspeito, mas como o consulente é o necessitado, o desesperado, começa a achar aquilo algo normal porque está falando com “pessoas” que cuja única diferença é que está do outro lado da vida.

Isso eu já discordo veementemente, pra limpar precisa tirar a roupa, já vi exu-mirim comer casca de ferida, pelo amor de Deus né minha gente?

É muito triste mesmo o número de ignorantes que utilizam a roupa branca, muitos já me disseram que eu julgo demais, pode até ser, mas espiritualidade eu acho que é para pessoas inteligentes, você quer usar branco? Estude, estude e estude, dedique-se, hoje todo mundo quer usar branco e já se julgam o mensageiro dos orixás, muitos nem fazem os sacramentos previstos na Umbanda, usa branco e já sai dando consulta, isso sim, eu abomino, e novamente eu digo, ESTUDE, procure informações, tente falar com suas entidades, tente utilizar de meios de aprendizado, parafraseando um filósofo: “Grandes poderes, trazem grandes responsabilidades”, hoje o filho usa branco, um mês depois os guias estão fumando, três meses depois já estão dando consultas.

E é notório que a cada dia que passa, a Umbanda que eu conheci definha gradativamente, o que faz prevalecer qualquer graça que ocorre nos terreiros é o “Efeito Placebo na Umbanda” que será o próximo post. O poder da fé e da crença é muito grande, fora que ainda existe a frequência vibratória do consulente em relação ao terreiro.

Outro dia teve um caso de uma irmã que disse que o namorado incorpora toda vez que ele é contrariado, aí fica uma hora dando sermão pra ela, ou seja, que entidade desocupada é essa que fica se envolvendo em problemas conjugais, vir uma vez eventualmente para tentar solucionar o caso é uma coisa, agora vir toda vez, vir em bar, em casa, vamos prestar atenção né povo?

Recebi muitos e-mails das pessoas me dizendo que estou mais amargo, pessoas, eu sempre fui assim, o que está fazendo eu ser mais direto e claro é a indignação de cada e-mail que eu ando lendo, é incrível como existem tantos casos semelhantes, e isso me fez pensar que ao invés de ficar escrevendo só coisas bonitinhas, também devo escrever a verdade, tentar fazer as pessoas dependerem menos dos outros e confiar mais em si mesmas.

Tem pessoas que até pra comprar um carro precisa consultar uma entidade, e o livre arbítrio, pessoas? E o poder de decisão? O direito de escolha? O “errando que se aprende”? O pior de tudo, pessoas que dependem de conselhos de entidades que mal estão incorporadas, o guia lá em Aruanda e o médium fumando, falando um monte de besteiras.

Aprendam a FILTRAR o que ouvem e não CONFIAR em tudo, e prestem atenção no que as entidades falam, muita coisa GENÉRICA e OBVIA que acontece com todas as pessoas não atestam a veracidade daquela incorporação.

Não estou dizendo para perderem a fé, e sim para serem inteligentes e não acabarem como muitos irmãos de igrejas evangélicas ou até mesmo de terreiros, que vendem até o carro para fazerem trabalho porque o que a entidade fala é a VERDADE UNIVERSAL.