O Valor da Mensalidade e Custos Adicionais

Um fraterno Saravá a todos os meus irmãos espirituais.

Um tema chato, porém necessário, tendo em vista o número de dirigentes capitalistas que cresce exponencialmente na Umbanda. O Valor da Mensalidade e outros custos adicionais.

A Mensalidade como todos nós devemos saber é para custear as despesas do centro, claro, que não é porque é centro é tudo exatamente grátis, existe o custo com o aluguel, IPTU, saneamento, eletricidade, os materiais de limpeza e outros utensílios que se fazem necessários nos rituais como bebidas, velas e fumo.

O centro do qual eu participava, existia o tesoureiro que era obrigado a prestar conta de todos os gastos que o centro efetuava mês a mês, eu fazia reuniões justamente voltadas à tesouraria do centro, para ser transparente onde o dinheiro de todos estavam indo, a mensalidade era dividida de forma igual e quem quisesse realizar doações além da mensalidade era, obviamente, de bom grado.

Até aí acho que estamos todos alinhados, todos nós sabemos da importância da manutenção para o centro, e todos nós queremos trabalhar em um local limpo, perfumado e reformado.

Agora começa o outro lado da moeda, muitos centros divulgam a necessidade exacerbada de trabalhos mensais, como trabalhos de proteção à casa, prosperidade dos filhos, limpeza espiritual da casa e entre muitas outras, aí é onde a bandidagem começa a reinar, um centro de Guarulhos, já até falei no blog, o dirigente tinha um mercado e somente lá era pra ser comprada as coisas para os trabalhos da casa, por preços normalmente bem mais caros que a concorrência. Existem outros casos do dirigente só arrecadar o dinheiro dos filhos e ele mesmo realizar os trabalhos, dos quais muitas vezes, nenhum filho presencia. Existem casas que além da mensalidade de R$ 80,00, R$ 100,00, eventualmente cobram-se os trabalhos já mencionados anteriormente, que oscila entre R$ 50,00 e R$ 200,00 para cada filho, existem também a cobrança de cursos que são OBRIGATÓRIOS para os filhos da casa, seja para iniciação mediúnica, seja para curimba, benzimento (Esse tipo de curso me arranca os cabelos e agora ONLINE) entre outros meios de contribuir para a renda do dirigente, é claro.

E antes que eu receba e-mails me execrando, gostaria de afirmar que critico sim, acho totalmente errado, mas se você acha justa a cobrança. Fique em paz meu irmão, como disse, existe a Verdade de cada um de nós, você não precisa concordar com tudo o que eu digo, mesmo porque eu erro PRA CARAMBA todos os dias, e me cobro por isso todos os dias.

Existem filhos totalmente leais aos seus dirigentes, e confesso, ainda existem dirigentes que VALE MUITO A PENA você vestir a camisa, guerrear com o irmão, cavar a trincheira e se sujar junto com ele, sim, ainda existem pessoas muito sérias na Umbanda e se o seu dirigente é um deles, do qual VALE A PENA insistir em pagar por diversos trabalhos porque você vê resultado, vá na fé meu irmão, precisamos de soldados leais como você, porém, a realidade é bem diferente na grande maioria das casas, é o dirigente andando de carro zero, a casa um pardieiro e filho necessitado recorrendo a outros meios para auxilio.

E quando o centro cobra décimo terceiro? SEM COMENTÁRIOS!

Ainda existem as casas que cobra a mensalidade de R$ 30,00 dos assistentes para serem atendidos, isso aconteceu com um ilustre irmão meu, Roberto (Cabeça de Águia) que ia em uma casinha e para ajudar com os custos porque tinham poucos filhos, eles solicitavam a contribuição para ajudar nas despesas. Eu sinceramente, preciso refletir mais sobre isso! Rs

Eu particularmente, EU, neófito, acho um tanto de desperdício de comida e de dinheiro para realizar tantos trabalhos, tem muita casa que faz o trabalho mensal de manutenção espiritual, o que eu também acho totalmente desnecessário, se for ver, as religiões afro-brasileiras são as que causam maior gasto aos adeptos e em quase sua totalidade, composta de pessoas humildes, por isso, eu vivo dizendo, que se pra você funciona, excelente, mas se quiser buscar reflexão, compreender um pouco mais o universo espiritual, é sabido que oferenda é muito mais que um potencializador de fé do que uma necessidade de magia dos guias ou orixás. Até acredito que possa ser usada como repositor energético, mas não julgo necessário com tanta frequência, e como eu sou totalmente CONTRA o desperdício de comida, acho muito mais plausível juntar esse dinheiro e comprar comida para crianças e velhos necessitados a acender uma vela e deixar ao relento estragando. SIM, pra mim está estragando.

Mas para cada qual é dado conforme sua Obra, os meus nunca pediram oferendas, aliás, alguns pediram uma única vez, e já estou há quase 20 anos na Umbanda, vejo médiuns com um ano de obrigação, as sete linhas já pediram oferendas, mas como digo, cada um está em seu patamar vibratório específico e necessita de elementos específicos para trabalho, pra mim não serve, para outros, talvez.

Outros centros, superfaturam os elementos magísticos, eu ia em uma casa que todo mês tinha que passar ebó nos filhos, fazer o sacudimento, passar o galo vivo e soltá-lo na encruzilhada, fazer vários obrigações com elementos densos, e eu me lembra que na época a mensalidade + custos adicionais oscilavam entre R$ 150,00 e R$ 300,00, quem ganhava um salário mínimo, tinha que sustentar a ela e ao orixá! Rsrs. Pessoal tinha mais medo com a demanda que vinha a fome que chegaba! rs

Se o seu guia ou o seu orixá não tem o bom senso de perceber que você está deixando de fazer certas coisas para agradá-los, pra mim não servem como mentores, apenas como sanguessugas e não diferem em nada de muitos pastores e “sacerdotes” de Umbanda, vale a reflexão, pessoas, nenhuma religião precisa tantp de show gastronômico como as afro-brasileiras, então, atentem-se.

Eu sou muito mais fazer uma festa para o orixá, com um banquete e trazer crianças carentes do que deixar tudo na mata com vela acesa, mas essa é minha ignorante opinião, porém, é a Minha Verdade e a qual me instruiu durante todos esses anos.

Cuidado, senhores, religião é o instrumento de religação com Deus, se tivermos que pagar para termos o melhor da Consciência Universal, se tivermos que pagar para ter Sua Instrução, Sua Luz, estamos todos submersos em um mar de merda! Rs

E lembrem-se, a mensalidade é necessária para o sustento da casa, isso é irrefutável, agora quaisquer outros trabalhos que corroboram com o gasto excessivo, vale a pena refletir se está sendo produtivo e se você está tendo o devido retorno, VOCÊ AINDA PERTENCE AO MUNDO DOS VIVOS E VOCÊ PRECISA SE MANTER, logo, analisem o a quantia de valores que demandam ao centro.

Namastê.

Neófito da Luz .’.

A Verdade Que Funciona

Saudações prezados irmãos de fé, aqui estou eu novamente, para expor um pouco sobre as ideias da fé.

Lendo alguns livros, assistindo a algumas reportagens, somos levados a crer em milagres, em curas fantásticas, em obras que a ciência não consegue descrever com exatidão, seja cirurgias espirituais, auto cura do câncer, muito elucidada nos livros de Deepak Chopra, principalmente, a Cura Quântica, podemos presenciar no Globo Repórter muitos feitos, um grande amigo meu, um irmão, Fabio que foi curado de uma leucemia com baixa probabilidade de cura, para aqueles que buscam a espiritualidade, somos bombardeados por informações incontestáveis sobre o poder da cura através da fé, através da imposição de mãos, através das orações, através do reiki, mahikari, ayurveda, cromoterapia, pregações e assim por diante.

Eu muitas vezes, posso ser criticado aqui, mas ouço muito algumas rádios evangélica, com isso, aprendo e estudo como eles conseguem influenciar o povo, outro dia eu ouvi em uma rádio:

“Você irmã, que está com problemas nas articulações da perna, você que sente esse formigamento nos pés, Deus está falando comigo, você terá a sua cura irmã, você terá a sua cura, oraremos por você que Deus está agindo sobre você, por favor, deposite na conta (Dada as informações da conta) qualquer quantia para ajudar o missionário a te ajudar, você ficará livre essa angústia irmã, dessa tribulação, porque Cristo falou comigo”.

Para qualquer pessoa com o mínimo de senso crítico, para não dizer inteligência, consegue perceber que a probabilidade de ALGUÉM estar ouvindo isso e estar com esses sintomas é GRANDE, senão existe nenhum ouvinte que apresente esses sintomas, outros podem se compadecer da dor e fazer o depósito, mesmo não tendo a certeza que existe algum ouvinte com esse sintoma. E ainda vou mais longe, tenho uma experiência muito próxima de uma pessoa que estava com os sintomas apresentados na rádio, depositou R$ 50,00 e depois de uma semana, disse estar curada.

São circunstâncias como a supracitada que movimentam o mercado da Fé, segundo pesquisas, o mercado da fé, o televangelho, movimentou quase R$ 30mi somente no ano passado, mas e aí, onde eu quero chegar com tudo isso?

Eu sinceramente, não acho que A Consciência Universal (Deus), se contente com nossas mazelas, nos imprime tais provações por vontade própria, eu como pai de dois filhos, é inconcebível pra mim que um Pai, um Criador, faça com que nos prostremos às dores, ao sofrimento, recuso-me a crer que nosso Criador, seja um Deus de punição, de cólera, e que necessita de um intermediário que interceda por nós para que conseguimos algo que precisamos, nego-me a crer até o último suspiro de vida. Sim, não creio que nascemos incompletos, necessitando de outro ser constituído de pecados para que nos ajude.

Infelizmente, como vivo dizendo aqui, nossa baixa autoestima, nossa falta de confiança faz com que busquemos ídolos, e qualquer um que se apresente da maneira correta ou que fale o que queremos ouvir, já depositamos ali o foco de nossas esperanças, não estou dizendo que isso é algo ruim, afinal, todos nós precisamos de amuletos, seja materiais ou espirituais, precisamos de algo para centralizar o nosso caminho, nos dar o norte, nos dar a referência e é justamente nesse momento de carência, de angústia e desespero, estamos suscetíveis à falácia dos boçais, aqueles que se acham os verdadeiros mensageiros do astral, e é aí que mora o perigo.

Desde a Antiguidade, somos forçados a imposições, quantas vezes fomos submetidos à própria Igreja? A Bíblia que desde a Antiguidade se fazia a mais aboluta lei do Ocidente? Deus, em um momento de cólera, decidiu punir Lucifer, o portador de Luz, o melhor de seus anjos para as trevas, para o inferno para que o mesmo aprendesse a não contariar as Leis de Deus. Para isso, faço apenas duas reflexões:

  1. Quem aqui tem filho e teria coragem de punir eternamente seu filho? Sentimento de Vingança? Cólera? Para alguém que segundo a bíblia só ensina o amor?
  2. Porque não interpretarmos que Deus mandou o seu melhor anjo, aquele que porta a luz para o inferno, que na verdade vem de ínferos, que seria plano inferior, para nos auxiliar? Se não foi um ato de amor Deus enviar o seu “mais amado” filho para trazer a luz? A compreensão para nós, seres da Terra? Vale a reflexão, o inferno pode ser aqui!

Mas como não sou teólogo, segue o jogo…

Em todas as religiões presenciamos milagres, em todas as doutrinas, até mesmo nas Escolas Iniciáticas aprendemos muitas coisas, e a única relação que eu vejo entre todas elas como resultado de operação de milagres é a Consciência. Seja ela Objetiva, Universal, Subjetiva, tudo oscila em torno da Consciência, seja quando despertamos para o nosso Eu Divino, seja quando acreditamos com plena convicção naquilo que queremos.

Por isso, para todos aqueles que recorrem a mim através de e-mails, me perguntam porque fulano usou 4000 velas para um trabalho e funcionou e o outro fulano usou água e incenso e funcionou também, e porque com essa pessoa não funciona nada? Simples: Você realmente quer o que você está pedindo? Qual a energia que está colocando nisso? Está pedindo por pedir ou tem convicção e certeza do que quer?

Para alguns, a oferenda é primordial para obtenção de qualquer graça, para outros, pular sete ondas, para outros, pendurar 5000 fitinhas do senhor do Bomfim no braço, para outros o jejum, para outros o acendimento de incenso, para outros, a meditação e o único elemento que se relaciona com tudo isso, é você!

Alguns terão mais facilidade na oração, outros na meditação, isso vai depender única e exclusivamente de sua AFINIDADE, da qual está correlacionada às suas experiências anteriores, escolas passadas, grau de vibração da qual você participa, isso não significa que você seja incapaz, apenas terá mais dificuldade que outros, e outras vezes, mais facilidade que outros, procure aquilo que te faz bem, como eu vivo ressaltando no blog, a religião é para nos trazer paz, conforto, se está em um centro que só passa nervoso, em uma igreja que te incomode, mude, Deus não o punirá por isso e nem tampouco os Orixás, eles já possuem luz o suficiente para nos compreender, nessa escola, eles são os mestres e somos os alunos, eles são as estrelas e nós os navegantes, e ao invés de ficar na busca incessante sobre o que é certo ou errado, porque certo ou errado é apenas ponto de vista, procure aquilo que você se sente bem em fazer, é incorporar? É cambonar? É tocar um atabaque? É participar de uma missa? Um culto? Uma mesa? Já dizia um dos evangelhos apócrifos, o evangelho de Tomé encontrado em Nag Hammadi e negado pela igreja:

“O reino de Deus está dentro de ti e a tua volta; não em palácios de pedra ou madeiras. Rache uma lasca de madeira e Eu estarei lá; Levante uma pedra e Me encontrarás…”

Portanto, a sua Verdade é muito melhor que a minha Verdade, no fundo, você não precisa de ninguém, apenas de poucas referências, fomos feitos à Sua Imagem e Semelhança para sermos autossuficientes, um pastor ou um babá não é e nunca serão melhores que você.

O que vai fazer toda a diferença na sua vida, é aquilo que você crê de todo o Coração, essa é a Verdade que Funciona, que vai te prosperar, te curar, te ensinar. Essa Verdade é aquela que a Consciência Universal imprimiu no seu íntimo no momento em que você mais precisar se conectar com Deus! Somente isso.

Uma vez um mentor me disse: Se confiassem mais em vocês, não precisaríamos mais de médiuns, e ele ressalta, médiuns não são somente aqueles que estão nos terreiros ou centros kardecistas, muitos professam outras religiões com o dom da Palavra.

A Fé nada mais é que sua Força de Vontade dizendo a tudo à sua Volta o que você mais deseja, e como dizia Hermes na Lei da Correspondência:

“O que está em cima é como o que está embaixo. E o que está embaixo é como o que está em cima”.

Sua mente é capaz de mudar tudo à sua volta, a sua fé, é sua força de Vontade, é a Energia Divina da qual você é munido de transformar tudo aquilo que você acredita, e não é palestra motivacional e nem tampouco coaching, é experiência própria e conhecimento de causa, acredite, empregue a Energia Divina, quebre seu carma com força, determinação e foco.

Sua intuição é o seu melhor professor, desenvolva-a, escute-a, siga-a e realize tudo o que você propôs a você!

Neófito da Luz .’.

Preceitos, Sacrifícios e Superstições

Saudações amados…

Primeiro começaremos com a palavra “Preceito”, falar um pouco dessa palavra tão amada, odiada e controversa dentro dos cultos umbandistas.

Etimologia

Do latim praeceptuim seria uma ordem ou até mesmo a proibição da realização de determinados atos, ou até mesmo nos abstermos deles. Podemos defini-lo também como um conjunto de normas que existem em muitos meios litúrgicos, como na Igreja Católica, Candomblé e até mesmo em muitas templos Umbandistas. Podemos entender que são regras estabelecidas afim de atingir o sucesso de um determinado ritual.

Utilização do Preceito e sua relação com sacrifícios e superstição.

Os preceitos variam de casa a casa, o que entra mais uma vez naquele meu conceito que REGRAS não EXISTEM e se EXISTEM, é para serem QUEBRADAS ou ao menos QUESTIONADAS. Algumas casas que “fazem” o santo pede ao filho para ficar de obrigação durante três meses, ou seja, sem sexo, sem álcool e sem carne. Outras casas, reduzem para 21 dias e assim vai variando de acordo com a experiência de trabalho de casa dirigente. O meu pupilo, do qual abriu uma casa, para obtenção do sucesso mediúnico, absteve-se do álcool e do sexo casual, só terá relações sexuais quando realmente tiver uma namorada firme, o que não ocorre há 3 anos.

Só com simples exemplos, já podemos compreender que o preceito nada mais é que concepções individuais de cada centro, de cada dirigente. Existem muitos dogmas que exigem o sacrifício renunciando aos maiores prazeres que podemos ter, no hinduísmo, existem vários tipos de sacrifícios que possuem como objetivo principal o aperfeiçoamento do ser, no hinduísmo são conhecidos como Yajna, então todo sacrifício está ligado à renúncia e evolução do ser, podemos compreender que nos sacrificarmos é mostrar a Algo ou Alguém a nossa dedicação e irrefutável adoração para um determinado objetivo, correto?

Podemos compreender que o Preceito é renunciar a algo, e quando estamos renunciando a algo, estamos fazendo um sacrifício a isso, que recorrendo à etimologia da palavra sacrifício podemos compreendê-la como SACRO OFÍCIO.

Então podemos entender que o preceito é um sacrifício a algo, é uma renúncia e no caso em questão, para os Orixás e Guias, isso me remete novamente a tempos imemoriais, onde era necessário o sacrifício de animais para acalmar Deuses, não tínhamos a compreensão de como ocorriam os terremotos, tempestades, chuvas torrenciais e como somos condicionados desde novo à adoração de Ídolos e “Endeusar” o desconhecido, criamos seres extraterrestres, Deuses antropomórficos, Anjos e Demônios para não nos sentirmos sozinhos no Universo e consequentemente isso tornou-se um hábito que virou tradição ou cultura, como queiram, e perpetuou os costumes até os dias de hoje. Vale lembrar que não estou questionando a existência de ETs, Anjos e tudo mais, é apenas para ilustrar uma ideia.

Um irmão me disse uma vez: Se está ou não certo, tenho que respeitar como é cultuado os Orixás, se é antigo ou não, como estou no culto aos orixás, devo vestir a camisa que me foi concedida.

Acho nobre o pensamento, sem dúvidas, mas quem disse que temos que fazer tudo isso? O Orixá chegou a você e criou dezenas de regras e fundamentos para você seguir cegamente ou te foi passado por um dirigente mais experiente (ou pelo menos devia) e repassou o que seu antigo dirigente que repassou o que seu antigo dirigente passou?

Vejo muitos dirigentes AFIRMANDO que o sexo denigre o corpo espiritual e com isso, prejudica o seu trabalho espiritual, com isso, volto novamente àquela excelente médium que fazia programas e trabalhava muito melhor que qualquer puritano dentro do centro. Será que é necessária toda essa carga de preceitos?

Não estou entrando no mérito se sexo faz bem ou não nos momentos que precedem os trabalhos, nem estou fazendo uma apologia para isso, mas convido-os a se questionarem, qual a necessidade de ficar 21 dias após uma obrigação pro Orixá? Purificação? Será que cultuamos seres tão LIMITADOS a ponto de Exigir tamanho sacrifício? Com que fim?

Já fui novo, já fui solteiro, e lembro-me de um trabalho que ocorreu excepcionalmente no domingo, os filhos foram avisados de última hora, fui em uma churrascaria no mesmo dia e tive relações com a mina namorada, eu totalmente envolto de culpa, acendi uma vela pedindo perdão aos meus orixás porque teria que trabalhar (Nessa época já não falava tudo pra minha madrinha pra não ser julgado, quem tem que me julgar são apenas os que eu sirvo e mais ninguém) e senti que tinha que ir trabalhar, e quem foi o sortudo a ajudar no descarrego da casa e do filho? Eu! No final do trabalho ainda recebi um elogio pela minha firmeza. Tenho certeza que se ela soubesse que tive relações 6h antes e comi carne pra caraca, o discurso seria outro!

Esses preceitos podem até ter sua relevada significância, mas acho que não pode se ruma regra, cada pessoa tem uma vibração diferente, uma fraqueza diferente, um ponto de força diferente, para alguns, talvez seria impeditivo um bom trabalho, para outros, talvez não interferiria em nada, como foi o meu caso. Então eu acho que criar regras engessadas generalizando a todos, é errado, do mesmo modo que algumas pessoas bebem um pouco e já ficam tontas, outras mesmo não bebendo, são muito mais resistentes, assim também é nosso corpo espiritual. Após acender a vela, senti vontade de trabalhar, me senti capaz e apto para julgar e a tradição, a superstição, deu lugar a certeza e a vontade de fazer o meu melhor, por isso, sempre digo no blog, a vontade e a capacidade falam mais alto que qualquer outra coisa.

Não acredito em Orixás castigadores, não acredito em medidas punitivas, pelo menos não é o que os meus demonstram, nem tampouco muitos que conheci, já temos tantos problemas na vida, já temos tantas inseguranças, incertezas, mágoas, você entrar dentro de um terreiro pra ser ainda mais humilhado? Vá pra …

Sobre esse monte de obrigações da época da Pedra Lascada, ainda mesmo que eu estou sendo hipócrita, respeito quem ainda tem essa tendência, de sacrificar animais, de raspar a cabeça, fazer as curas, mesmo sabendo que isso é desnecessário, pelo menos pra mim, evolutivamente falando, não faz mais o menor sentido PARA MIM, nunca necessitei, mas posso entender que ainda existem pessoas que devem passar por esse processo, mas o que mais me revolta, é que muitos o fazem sem saber porque, fazem porque muitos possuem a promessa de ter seus “Caminhos Abertos”.

Venho pensando muito sobre a atitude dos guias e orixás que decorrem de diversos centros, vejo pessoas MORRENDO DE MEDO porque trocaram os orixás em sua feitura, pessoas que POSSUEM PAVOR porque seu dirigente morreu e precisam urgente tirar a MAO dele. Me questiono muito: Somos tão medíocres, somos tão sensíveis a ponto de ter nossas vidas modificadas por uma pessoa como nós? Só porque ela tem um título significa que são melhores que nós? Estão acima de nós? Que possuem um pdoer sobrenatural porque “fizeram”a nossa cabeça? Será que realmente precisamos dessa feitura?

Existem dirigentes que tem seu potencial mediúnico muito inferior a um filho iniciante da casa.

Quantos doutores não erram seu diagnóstico? Quantos Ph.D. não erram suas teorias? Quantas mentes ilustres da história chegaram a conclusões com tanta convicção e séculos depois foram “derrubados”? Até hoje me pergunto, em 2015, quantos evangélicos acreditam cegamente em seu pastor como o enviado de Cristo e os mesmos se enriquecem às custas da santa ignorância de seus fiéis? E na Umbanda é diferente? No Candomblé é diferente? Conheço um dirigente aqui em Guarulhos que é extremamente ignorante, mas a casa é cheia de filhos (tão ou mais ignorantes quanto ele) e ele andando extremamente bem, de Azera com motorista enquanto seus filhos vendem o Vale Alimentação para alimentar “o santo”?

Acho que a simplicidade fala mais alto que qualquer coisa, se o Orixá não entende que você está sem dinheiro, não tem tempo para buscar alguma coisa ou não consegue fazer a sua oferenda e te castigará por isso, mais uma vez um grande “Vá pra …”. Já foi o tempo de conseguir as coisas na base do medo, pessoas esclarecidas, inteligentes, sabe que o respeito só pode ser verdadeiro quando você tem um líder, quando você idolatra, compreende, admira alguém, quando você segue algo ou alguém por medo de represália, isso não é respeito e sim OPRESSÃO, uma prática ainda mesmo que arcaica, muito comum em diversos terreiros.

Se Orixá Representa Vida, tem que ser às custas da Vida de Outrem???

Se realmente Guias e Orixás são tão ignorantes ao ponto de exigir tantos sacrifícios, se um dia eu tiver prova cabal dessa afirmação, eu fecho esse blog e mando tudo para onde a luz do sol não alcança. O sacrifício é inerente para o desenvolvimento humano, quantas vezes deixamos de pensar em nós para agradar a outros? A Própria mediunidade já é um sacrifício, você doando seu corpo, seu tempo, tendo que se abster de algumas coisas no dia dos trabalhos, já é um grande sacrifício? E ainda querem mais? Para muitos, principalmente pra mim, murchar o ego, perdir desculps para certa pessoa, já é um sacrifício e é esse tipo de sacrifício que acredito que eles cobrem, o sacrifício de você ser alguém melhor. Evoluído e não ter que matar bichos para acalmar o santo!

Muitas religiões “populares” infelizmente sofrem com o tradicionalismo mal fundamentado, a superstição, o medo de experimentar e a fé cega e inabalável em algo que eles mesmos não entendem, vejo por esse blog, quantas pessoas me elogiam e quantas me apedrejam porque eu não respeito. Sim, eu respeito sim se você tem argumentação válida para isso, não com desculpas medíocres dizendo que o Orixá é assim, quem te disso isso? Seu dirigente que se enriquece às suas custas?

Uma coisa é fato, se somos uma Centelha Divina, porque somos tão sensíveis às energias de outrem? Simples… Porque nos deixamos nos influenciar? Quantas pessoas são curadas com pílula de açúcar? Quantas pessoas em doenças terminais, como o Câncer sofrem de cura espontânea? Quantas pessoas com vitiligo, que é dito uma doença evolutiva deixa de crescer? Tudo vai do que acreditam. Se acreditam piamente que Orixá é essa energia imbecil que cobra, que exige, que te suga, assim o será, agora se acreditam no Deus Misericordioso, no Orixá que é desdobramento puro do Universo, que é aquele que te consola, te compreende e te ajuda, assim ele também o será.

Feliz ou infelizmente somos capazes de criar nosso próprio universo, nossa própria versão da realidade, existe um artigo no blog de uma conversa que eu tive com um exu que ajuda a ilustrar essa ideia: http://www.umbandadochico.com.br/blog/2013/11/12/a-questao-da-percepcao-um-caso-de-ponto-de-vista/

Se acha que Orixá é gastar R$ 4000,00 em uma feitura para ele ter “orgulho” de você ou que sua mediunidade ficará mais firme (sim, eu já busquei por isso também) tudo bem, mas te digo, é muito mais fácil dizer que está inconsciente com uma entidade que só vem pra dançar e comer, é muito simples dizer que é inconsciente nessas condições.

Dirigentes não são Deuses, Pastores não são Deuses, parem de acreditar cegamente em tudo o que veem e ouvem, tenham sua personalidade, questionem, tenham sua concepção individual das coisas, podemos ter um outro exemplo. O que esperar de uma entidade de um filho que tem problemas de alcoolismo e que exige a cachaça em seus trabalhos, mesmo sabendo que o filho é consciente e que OBVIAMENTE a entidade não levará tudo? Se é esse tipo de Umbanda que querem acreditar, idolatrar, parabéns, vão com fé, depois não digam que a religião é ridícula ou que é malévola.

Se você é daquele que acha que sua vida vai virar porque trocaram seu orixá! Vá com fé, te respeito, porque cada um tem o seu tempo, porém, quando acordar, não culpe o orixá e sim a sua ignorância.

Se você é daquele que acha que se o dirigente morreu, a sua energia, a sua centelha morrerá com ele, parabéns! Você precisou so seu dirigente para nascer? Você precisou dele para o que? Ele foi apenas uma ajuda, um pequeno elo de ligação entre você e seu orixá, porque o orixá é seu, ele já nasceu pronto pra você, o dirigente só facilita o intermédio, pelo menos, deveria.

Todos nós somos centelhas pulsantes no Universo, autossuficientes, temos a nossa própria luz, mas muitos são como a Lua, passam a vida toda achando que tem alguma luz, mas a luz da lua é o reflexo do sol, ela possui uma fonte de luz secundária, assim agem muitas pessoas, buscam ídolos, fontes externas de adoração e acabam sendo apenas reflexo daquilo que admiram, não contendo sua própria luz, ignoram suas propria personalidade e com isso, deixam de fazer questionamentos. Muitas vivem nas Trevas da Ignorância, não assumem a responsabilidade do presente mais valioso que receberam: O Livre Arbítrio. Questionem, tenham como principal ídolos, vocês mesmos, alguns irmãos no blog, acham que eu sou iluminado, obiviamente o meu ego rejubila-se com isso, mas a verdade é que sou outro errante, buscador, cheio de defeitos e qualidades, que tem vários problemas, que muitas vezes mal se entende, mas pelo menos, sou fiel a mim mesmo.

Superstição cega o homem, faz ele perder a razão, seguir o que outros dizem sem questionarem ou ao menos entenderem o ponto de vista, chegarão ao mesmo lugar. Se acreditam piamente que Deus os condenará ao fogo Eterno por mazelas em sua vida Terrena, parabéns!!! Para quem é pai, sabem que nós, mesmo com personalidade imperfeita, é inconcebível condernamos nosso filho a um mal eterno, mesmo com nossa personalidade manchada de miasmas, quem dirá Deus, o Grande Pai Eterno criador de todo o Universo, como Ele em toda sua misericórdia nos condenaria ao Inferno, à Punição do Foto Eterno, na suposta morada do “kapeta” pela nossa ignorância? Basta refletir durante 2 minutinhos! Para aqueles locais que pregam tanto a Palavra do senhor, mas em 90% do culto só se fala do inimigo.

Fui apedrejado por muitos quando falei da Quaresma, já imaginava, posso estar errado em tudo o que eu falo, porém, eu estudo, pesquiso, vou atrás, posso estar errado, mas tenho argumentos para sustentar a minha ideia, não faço porque um dirigente que às vezes tem uma personalidade muito pior que a minha, o faz e eu o seguirei cegamente, mesmo porque, confesso achar uma grande hipocrisia falarmos que somos todos iguais, viemos todos sim, da mesma essência, porém, não somos todos iguais e nunca seremos, sempre haverá pessoas melhores que nós e piores que nós, sempre haverá pessoas com atitudes deprimentes e pessoas com atitudes louváveis, assim é a vida, independente se iremos todos para o mesmo buraco, podemos ser iguais em essência, porém, muito diferentes em vibrações.

E o que nos fará melhor ou pior que outros, não é um brajá, não é uma toquinha dizendo que sou mago e nem tampouco um título de sacerdote, é a minha prática, é o meu empenho, é o meu estudo e minha ligação honesta com o mundo espiritual, muitos nasceram pra seguir, infelizmente faz parte da evolução, muitas vezes somos capachos, quantos centros já entrei que o dirigente fazia um ou outro de motorista sem nem ajudar com a gasolina? Ótimo, você está fazendo de coração, mas o bom senso existe não? Todo local sempre haverá o bem intencionado e sempre haverá o mal intencionado que se aproveita disso.

E aqueles centros que testam a entidade? Colocando em risco a integridade física e moral do filho? Muitos podem achar lindo, eu acho uma baboseira, uma lambança, dirigente que é dirigente só de olhar para o filho sabe se ele está em condições ou não de trabalhar, essas atitudes só o deixará mais inseguro, menos propício a um bom trabalho.

Tem dirigentes que andam até pensos, com tanto brajá no pescoço. Pra que? Somos condicionados a títulos, ostentação, é intrínseca à nossa personalidade, muitos confiarão mais em um dirigente que tem 1000 brajás no pescoço a um que só tem um mísero fio de Oxalá, somos condicionados a isso. Mesma coisa quando estamos em alguma arte marcial e vemos um faixa preta, o que julgamos que aquele atingiu a maestria, mas quantas vezes, já presenciei a derrota do mesmo para alunos com 2 ou 3 faixas abaixo? Isso porque artes marciais tem todo um treinamento, na Umbanda, o cara tem uma grana, tá entediado e decide abrir uma casa sem preparo algum ou tem um espaço no fundo de casa e começa o centro. Sim, isso pode ser desígnio da espiritualidade, OK, mas antes de achar que tá tudo escrito, acredito no livre arbítrio.

Acredito piamente na compreensão de nossos amigos espirituais, da mesma forma que compreendemos manias, hábitos e atitudes de nossos filhos, de crianças de um modo geral, justamente porque já passamos por isso, quantas vezes meus filhos cometem alguma atitude que pra mim sobe o sangue, mas relembro que eu já fui igual, rapidamente sou tomado por uma onda de compaixão, compreensão e amor, logo, voltando para o aspecto religioso, se aquilo que eu sigo, não for melhor do que eu, não serve pra mim, como já exemplifiquei acima, só sigo e respeito, o que eu admiro, e pra eu admirar tem que ter o mesmo nível ou ser muito superior a mim e baseado nessa premissa, que compreendo meus amigos espirituais. Sem represálias, sem julgamentos, sem opressões e sim compreensão, fraternidade e amor.

DA mesma forma que já passaram tudo o que passamos, somos crianças aos olhos de muitos deles, e por que não ser compreendido pelos mesmos?

Já temos tantos problemas na vida, se o mundo espiritual for mais um, prefiro não seguir nada.

Portanto, saí totalmente dessas crendices de Orixá que castiga, que você vai ter a vida torta se fizeram o seu “santo” errado, que seu exú precisa de frango, posso até ACREDITAR que possam existir essas coisas, obviamente, eu posso, no mundo material só vivemos em conjecturas, mas isso não existe no MEU UNIVERSO, porque NÃO é algo bom pra mim, não deixo isso me abalar, o primeiro dirigente que passou a mão na minha cabeça faleceu há 8 anos, o segundo que também me fez pra Ogum, supostamente errou o meu “santo” até eu passar pelo terceiro, que eu fiz tudo pra Xangô, isso não me mudou em nada, apenas me fortaleceu, me fez pesquisar ainda mais e me fez acreditar que há uma Umbanda amorosa, fraterna, simples e compreensível lá fora e não ao que eu fui condicionado a acreditar.

Um dia isso chegou a ser realidade pra mim, como já postei em vários artigos, hoje não faz parte da minha realidade, vi que foram apenas tradições e ensinamentos supersticiosos, tradicionalistas e ignóbeis.

Apenas um desabafo de um rabugento.

Paz Profunda.

Neófito da Luz.’.

A Pequena Alma e o Sol

por Neale Donald Walsch

Indicado pelo irmão Marco Vilas-Boas

Era uma vez, em tempo nenhum, uma
Pequena Alma que disse a Deus:
— Eu sei quem sou!
E Deus disse:
— Que bom! Quem és tu?
E a Pequena Alma gritou:
— Eu sou Luz
E Deus sorriu.
— É isso mesmo! — exclamou Deus. — Tu
és Luz!
A Pequena Alma ficou muito contente,
porque tinha descoberto aquilo que todas as
almas do Reino deveriam descobrir.
— Uauu, isto é mesmo bom! — disse a
Pequena Alma.
Mas, passado pouco tempo, saber quem
era já não lhe chegava. A pequena Alma
sentia-se agitada por dentro, e agora queria
ser quem era. Então foi ter com Deus (o que
não é má ideia para qualquer alma que queira
ser Quem Realmente É) e disse:
— Olá Deus! Agora que sei Quem Sou,
posso sê-lo?

E Deus disse:
— Quer dizer que queres ser Quem já És?
— Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e
outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como
é ser a Luz! — respondeu a pequena Alma.
— Mas tu já és Luz — repetiu Deus,
sorrindo outra vez.
— Sim, mas quero senti-lo! — gritou a
Pequena Alma.
— Bem, acho que já era de esperar. Tu
sempre foste aventureira — disse Deus com
uma risada. Depois a sua expressão mudou.
— Há só uma coisa…
O quê? — perguntou a Pequena Alma.
— Bem, não há nada para além da Luz.
Porque eu não criei nada para além daquilo
que tu és; por isso, não vai ser fácil
experimentares-te como Quem És, porque não
há nada que tu não sejas.
— Hã? — disse a Pequena Alma, que já
estava um pouco confusa.
— Pensa assim: tu és como uma vela ao
Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais milhões,
ziliões de outras velas que constituem o Sol. E
o Sol não seria o Sol sem vocês. “Não seria um
sol sem uma das suas velas… e isso não seria
de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E no
entanto, como podes conhecer-te como a Luz
quando estás no meio da Luz — eis a
questão”.
— Bem, tu és Deus. Pensa em alguma
coisa! — disse a Pequena Alma mais
animada.
Deus sorriu novamente.
— Já pensei. Já que não podes ver-te como
a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te
de escuridão — disse Deus.
— O que é a escuridão? perguntou a
Pequena Alma.

— É aquilo que tu não és — replicou Deus.
— Eu vou ter medo do escuro? —
choramingou a Pequena Alma.
— Só se o escolheres. Na verdade não há
nada de que devas ter medo, a não ser que
assim o decidas. Porque estamos a inventar
tudo. Estamos a fingir.
— Ah! — disse a Pequena Alma, sentindose
logo melhor.
Depois Deus explicou que, para se
experimentar o que quer que seja, tem de
aparecer exactamente o oposto.
— É uma grande dádiva, porque sem ela
não poderíamos saber como nada é — disse
Deus — Não poderíamos conhecer o Quente
sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem
o Lento. Não poderíamos conhecer a
Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o
Agora sem o Depois. E por isso, — continuou
Deus — quando estiveres rodeada de
escuridão, não levantes o punho nem a voz
para amaldiçoar a escuridão.
“Sê antes uma Luz na escuridão, e não
fiques furiosa com ela. Então saberás Quem
Realmente És, e os outros também o saberão.
Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos
saibam como és especial!”
— Então posso deixar que os outros vejam
que sou especial? — perguntou a Pequena
Alma.

— Claro! — Deus riu-se. — Claro que
podes! Mas lembra-te de que “especial” não
quer dizer “melhor”! Todos são especiais, cada
qual à sua maneira! Só que muitos
esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver
que podem ser especiais quando tu vires que
podes ser especial!
— Uau — disse a Pequena Alma,
dançando e saltando e rindo e pulando. —
Posso ser tão especial quanto quiser!
— Sim, e podes começar agora mesmo —
disse Deus, também dançando e saltando e
rindo e pulando juntamente com a Pequena
Alma — Que parte de especial é que queres
ser?
— Que parte de especial? — repetiu a
Pequena Alma. — Não estou a perceber.
— Bem, — explicou Deus — ser a Luz é
ser especial, e ser especial tem muitas partes.
É especial ser bondoso. É especial ser
delicado. É especial ser criativo. É especial ser
paciente. Conheces alguma outra maneira de
ser especial?
A Pequena Alma ficou em silêncio por um
momento.
— Conheço imensas maneiras de ser
especial! — exclamou a Pequena Alma — É
especial ser prestável. É especial ser
generoso. É especial ser simpático. É especial
ser atencioso com os outros.
— Sim! — concordou Deus — E tu podes
ser todas essas coisas, ou qualquer parte de
especial que queiras ser, em qualquer
momento. É isso que significa ser a Luz.
Eu sei o que quero ser, eu sei o que
quero ser! — proclamou a Pequena Alma com
grande entusiasmo. — Quero ser a parte de
especial chamada “perdão”. Não é ser especial
alguém que perdoa?
— Ah, sim, isso é muito especial,
assegurou Deus à Pequena Alma.
— Está bem. É isso que eu quero ser.
Quero ser alguém que perdoa. Quero
experimentar-me assim — disse a Pequena
Alma.

— Bom, mas há uma coisa que devias
saber — disse Deus.
A Pequena Alma já começava a ficar um
bocadinho impaciente. Parecia haver sempre
alguma complicação.
— O que é? — suspirou a Pequena Alma.
— Não há ninguém a quem perdoar.
— Ninguém? A Pequena Alma nem queria
acreditar no que tinha ouvido.
— Ninguém! — repetiu Deus. Tudo o que
Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em
toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha
à tua volta.
Então que a Pequena Alma reparou na
multidão que se tinha aproximado. Outras
almas tinham vindo de todos os lados — de
todo o Reino — porque tinham ouvido dizer
que a Pequena Alma estava a ter uma
conversa extraordinária com Deus, e todas
queriam ouvir o que eles estavam a dizer.
Olhando para todas as outras almas ali
reunidas, a Pequena Alma teve de concordar.
Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou
menos perfeita do que ela. Eram de tal forma
maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto,
que a Pequena Alma mal podia olhar para
elas.
— Então, perdoar quem? — perguntou
Deus.
— Bem, isto não vai ter piada nenhuma!
— resmungou a Pequena Alma — Eu queria
experimentar-me como Aquela que Perdoa.
Queria saber como é ser essa parte de
especial.
E a Pequena Alma aprendeu o que é
sentir-se triste.
Mas, nesse instante, uma Alma Amiga
destacou-se da multidão e disse:
— Não te preocupes, Pequena Alma, eu
vou ajudar-te — disse a Alma Amiga.

Vais? — a Pequena Alma animou-se. —
Mas o que é que tu podes fazer?
— Ora, posso dar-te alguém a quem
perdoares!
— Podes?
— Claro! — disse a Alma Amiga
alegremente. — Posso entrar na tua próxima
vida física e fazer qualquer coisa para tu
perdoares.
— Mas porquê? Porque é que farias isso?
— perguntou a Pequena Alma. — Tu, que és
um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que
vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de
criar uma Luz de tal forma brilhante que mal
posso olhar para ti! O que é que te levaria a
abrandar a tua vibração para uma velocidade
tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz
escura e baça? O que é que te levaria a ti, que
danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino
à velocidade do pensamento, a entrar na
minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto
de fazeres algo de mal?
— É simples — disse a Alma Amiga. —
Faço-o porque te amo.
A Pequena Alma pareceu surpreendida
com a resposta.

— Não fiques tão espantada — disse a
Alma Amiga — tu fizeste o mesmo por mim.
Não te lembras? Ah, nós já dançámos juntas,
tu e eu, muitas vezes. Dançámos ao longo das
eternidades e através de todas as épocas.
Brincámos juntas através de todo o tempo e
em muitos sítios. Só que tu não te lembras. Já
fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo,
a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali,
o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o
Feminino, o Bom e o Mau — fomos ambas a
vítima e o vilão. Encontrámo-nos muitas
vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a
oportunidade exacta e perfeita para Expressar
e Experimentar Quem Realmente Somos.
— E assim, — a Alma Amiga explicou
mais um bocadinho — eu vou entrar na tua
próxima vida física e ser a “má” desta vez.
Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu
podes experimentar-te como Aquela Que
Perdoa.
— Mas o que é que vais fazer que seja
assim tão terrível? — perguntou a Pequena
Alma, um pouco nervosa.
— Oh, havemos de pensar nalguma coisa
— respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.
Então a Alma Amiga pareceu ficar séria,
disse numa voz mais calma:

— Mas tens razão acerca de uma coisa,
sabes?
— Sobre o quê? — perguntou a Pequena
Alma.
— Eu vou ter de abrandar a minha
vibração e tornar-me muito pesada para fazer
esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser
uma coisa muito diferente de mim. E por isso,
só te peço um favor em troca.
— Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres!
— exclamou a Pequena Alma, e começou a
dançar e a cantar: — Eu vou poder perdoar,
eu vou poder perdoar!
Então a Pequena Alma viu que a Alma
Amiga estava muito quieta.
— O que é? — perguntou a Pequena Alma.
— O que é que eu posso fazer por ti? És um
anjo por estares disposta a fazer isto por mim!
— Claro que esta Alma Amiga é um anjo!
— interrompeu Deus, — são todas! Lembra-te
sempre: Não te enviei senão anjos.
E então a Pequena Alma quis mais do que
nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.
— O que é que posso fazer por ti? —
perguntou novamente a Pequena Alma.

— No momento em que eu te atacar e
atingir, — respondeu a Alma Amiga — no
momento em que eu te fizer a pior coisa que
possas imaginar, nesse preciso momento…
— Sim? — interrompeu a Pequena Alma
— Sim?
A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.
— Lembra-te de Quem Realmente Sou.
— Oh, não me hei-de esquecer! — gritou a
Pequena Alma — Prometo! Lembrar-me-ei
sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.
— Que bom, — disse a Alma Amiga —
porque, sabes, eu vou estar a fingir tanto, que
eu própria me vou esquecer. E se tu não te
lembrares de mim tal como eu sou realmente,
eu posso também não me lembrar durante
muito tempo. E se eu me esquecer de Quem
Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e
ficaremos as duas perdidas. Então, vamos
precisar que venha outra alma para nos
lembrar às duas Quem Somos.
— Não vamos, não! — prometeu outra vez
a Pequena Alma. — Eu vou lembrar-me de ti!
E vou agradecer-te por esta dádiva — a
oportunidade que me dás de me experimentar
como Quem Eu Sou.

E assim o acordo foi feito. E a Pequena
Alma avançou para uma nova vida,
entusiasmada por ser a Luz, que era muito
especial, e entusiasmada por ser aquela parte
especial a que se chama Perdão.
E a Pequena Alma esperou ansiosamente
pela oportunidade de se experimentar como
Perdão, e por agradecer a qualquer outra
alma que o tornasse possível.
E, em todos os momentos dessa nova vida,
sempre que uma nova alma aparecia em cena,
quer essa nova alma trouxesse alegria ou
tristeza — principalmente se trouxesse tristeza
— a Pequena Alma pensava no que Deus lhe
tinha dito.
Lembra-te sempre,
— Deus aqui tinha sorrido —
não te enviei senão anjos.

Lendas e Qualidades de Logun-Edé


Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède, é um orixá africano que na maioria dos mitos costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Ibualama, do iorubá Ibùalámo. Segundo as lendas, vive seis meses nas matas caçando com Oxóssi e seis meses nos rios pescando com Oxum. É cultuado na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas nações Ketu e Efan, sendo o seu culto muito difundido no Rio de Janeiro.

No entanto, existem outras versões acerca de sua filiação. Se na maioria dos mitos, Logunedé surge como filho de Oxum e Oxóssi, em outros, um pouco mais raros, aparece como filho de Ogun e Iansã. Há, ainda, histórias que contam a lenda de Logunedé como filho desses quatro Orixás, apresentando-o como nada mais, nada menos que uma representação dos Orixás Gêmeos, Ibeji.

Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi que se fundem e se mesclam como mistério da criação, trata-se de um orixá que tem a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum à alegria, à expansão de Oxóssi. Se Oxum confere a Logunedé axés sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do conhecimento.

Essa característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de Oxóssi, muitas vezes o leva a ser representado como uma criança, um menino pequeno ou adolescente, formando mais uma tríade sagrada na História das religiões. Com Logunedé, completa-se o triângulo iorubá pai, mãe e filho que também se repete nas trilogias católica (Pai, Mãe e Espírito Santo), egípcia (ÍsisOsíris e Hórus), hindu e tantas outras.

Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé também é visto como um ser andrógino. Ao contrário do que muitos pensam, Logun Ede não é de características masculina e feminina, não é bissexual. Na verdade possui uma grande relação com Òsun, sua mãe e com Erinlé, seu pai, trazendo consigo a personalidade desses dois Òrìsà e algumas características marcantes, mas nada que o transforme em um hermafrodita que durante seis meses é Oboró e seis meses Ìyábá como algumas pessoas assim o dizem e usam deste artifício para denotações homossexuais.

Existem templos para Logun Ede em Ilesa, seu lugar de origem, onde em alguns itans é citado como um corajoso e poderoso caçador, que tamanha coragem é relacionada a de um leopardo. Casado com três esposas. De culto diferenciado e totalmente ligado ao culto a Òsun, é um Orisa de extremo bom gosto. Seus objetos devem permanecem junto aos assentos de Osun e sempre quando agradado devemos agradar sua mãe. Tem predileção ao dourado, é um Orisa muito vaidoso, é considerado o mais elegante de todos os Orisas.

De Òsun, sua mãe, Logun Ede herdou o lado belo e vaidoso. Pois Òsun lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Deusa da fertilidade, na Nigéria é dela o rio que leva o seu nome e no Brasil dela são as águas doces dos lagos, fontes e rios. Água que mata a sede dos humanos e da terra, que assim se torna fecunda e fornece os alimentos essenciais à vida. Òsun menina dengosa, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Òsun é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida. Com seus atributos, ela dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos.

De Erinlé, seu pai, Herdou o dom da caça pois Erinlé é da família dos Ode e seu símbolo é o ofá, a lança de caça e o ogue. Erinlé é a representação do desenvolvimento do homem, conhece os segredos da caça, também símbolo de prosperidade e formação de comunidades. Ele busca o alimento com coragem e é considerado o guerreiro das matas, é corajoso, viril e Logun-odé tem estas características, é um Òrìsà guerreiro. Mas se, em várias tradições, ele é considerado um orixá masculino, em algumas é confundido com a homossexualidade ou a bissexualidade, o que ocorre quando se interpreta ao pé da letra o mito que afirma viver Logunedé seis meses como homem e seis meses como mulher. Na verdade, a interpretação mais aceita seria que essa se trata de uma metáfora para falar dos axés herdados por ele de seus pais, Oxum e Oxóssi.

Após ser abandonado e viver com Ogum, aprende com ele as artes da guerra e da metalurgia. É coroado por Iansã como o príncipe dos Orixás. É amigo íntimo de Yewá, seriam eles os Orixás que se complementam, considerados o par perfeito.

Num mito raro, Logunedé se perde no caminho entre as casas de Oxum e Oxóssi, é encontrado pelo velho Omolu que o ampara e protege. Com Omolu, Logunedé aprende a arte da cura e a feitiçaria. O seu primeiro nome, Logun, no Brasil se mesclou ao segundo, Edé, nome da cidade iorubá na qual o seu culto se fortaleceu, formando Logunedé. Logun pode ser uma abreviatura de Ologun que, em iorubá, quer dizer feiticeiro.

Então, feiticeiro, caçador, pescador, príncipe guerreiro, esses são alguns títulos, alguns epítetos dados à Logunedé. Para Mãe Menininha do Gantois“Logun é santo menino que velho respeita”.

Costuma ser cultuado no candomblé, mas não na umbanda.

É filho de ÒSÓÒSÌ YBUALAMO e ÒSUN YPONDÀ. Na parte masculina êle veste azul claro e na feminina amarelo ouro. Suas ferramentas ( IBÁ ) levam sete espadas pequenas, amarelas, sete ofas pequenos, amarelos; usa arco e flecha, um leque e uma trombeta ( berrante ) , mas delicado. Seus bichos são o faisão, canário da terra, coelho e periquito. LOGUN não come frangos, e sim galo e galinha garnizé, porco da índia, tatu e bode castrado.

Tudo dêle é dobrado. Êle só responde chorando.

É a divindade das águas doces e do mato baixo.

Sua saudação: LÒGÚN Ó AKOFÀ, quer dizer: Êle é LOGUN, peguemos o arco e a flecha.

QUALIDADES

– EDÈ LOKO
Tem fundamento com ÈSÙ

– EDÈ YBAYN
Leva carrinhos e bola de gude, pois êle é um recem-nascido.

– APANAN .
Todos comem com ÈSÙ e ÒSÓÒSÌ. Seus fundamentos estão em sua mãe de criação, ONIRA, sem ela LOGUN não caminha. Toda pessoa de LOGUN tem que assentar ONIRA e de ONIRA tem que assentar LOGUN. LOGUNEDE assenta, também, YBUALAMO, YPONDA e OPARÁ.

oloje iku ike obarainan