Falangeiros de Orixás

Saudações maninhos… Como foram de carnaval?

Aqui estou eu para tentar elucidar um pouco sobre a diferença de Orixás, Falangeiros e os Guias Espirituais dos quais trabalhamos.

Existe muita confusão quanto a esse aspecto e gostaria de tentar esmiuçar um pouco sobre um assunto tão complicado.

É notório que lemos em várias literaturas, aquelas legiões e/ou falanges de orixás, a mais conhecida é a falange de Ogum, que tem como chefes de falange Ogum Beira-Mar, Ogum Iara, Ogum Rompe-Mato, entre outros, outros falangeiros como os de Xangô, já começamos a encontrar algumas discórdias entre as literaturas, das quais existem Xangô Kaô, Xangô Sete Cachoeiras, Pedra Branca entre outros.

Primeiramente gostaria de elucidar dentro do que eu acredito a diferença entre Orixás, Falangeiros e Chefes de Falange ou Legiões:

  1. Orixás – Desprendimentos vibratórios Naturais, compreendemos como “Qualidades” de Deus ou “Centelhas Divinas”, são vibrações Universais que habitam o Cosmos trazendo para nós seus aspectos positivos e negativos, possuímos aquela Centelha nativa, da qual nascemos no momento em que foi concebida nossa existência e temos aqueles que nos regem em cada reencarnação que habitamos, afim de nos auxiliar a evoluir e concluir aquela missão da qual fomos incumbidos. Em suma, nunca encarnaram, nunca se casaram e nem tampouco se encantaram, em minha humilde opinião, essas histórias são alegorias para ilustrar como funcionam essas vibrações, energias, forças.

     

  2. Falangeiros de Orixás – São espíritos que atingiram um patamar de alta evolução natural daquela vibração, são os representantes naturais de nossos orixás, são espíritos que trazem consigo a vibração pura do Orixá bem como a sua energia elementar, RARAMENTE falam, apesar que em muitas casas, são trazidos para a realização de consultas, isso vai depender da cultura da casa, muitas vezes eles mesmos dão seu próprio nome ou enviam um erê ou outro mensageiro para dar o respectivo. É nesse assunto que encontramos diversas opiniões a respeito do assunto, os falangeiros não são Orixás, porque Orixás são Vibrações, os falangeiros são seus representantes, são aqueles que traz a energia pura e consequentemente, são incorporantes, alguns exemplos de falangeiros:

Ogum

  • Ogum Beira-Mar;
  • Ogum Sete Espadas;
  • Ogum Marinho;
  • Ogum de Ronda;
  • Ogum Sete Ondas;
  • Ogum Rompe-Mato;
  • Ogum Pedreira;
  • Ogum Naruê;
  • Ogum Dilê;
  • Ogum Sete Encruzilhadas;
  • Ogum Sete Estradas;
  • Ogum Megê;
  • Ogum Iara.

Xangô

  • Sete Pedreiras;
  • Pedra Branca;
  • Sete Cachoeiras;
  • Pedra Preta;
  • Pedra Bruta;
  • Cachoeira

Normalmente, são os mais conhecidos, foram os falangeiros mais estudados, esses são representantes da vibração pura do Orixá, obviamente existem diversos outros falangeiros. Esses falangeiros são conhecidos por muitos dirigentes como qualidades do orixá, representam o campo de atuação do Orixá correspondente, por exemplo, Orixás que carregam outras vibrações, como o caso de Ogum Rompe-Mato que carrega a vibração de Oxóssi, Xango Cachoeira que carrega a vibração de Oxum e assim por diante.

Encontramos muitas literaturas informando a qualidade de outros orixás, por exemplo, Oxóssi Ibualamo, Xangô Alafin, essas são denominações na nação e diferem um pouco na Umbanda, no Candomblé existem as QUALIDADES dos Orixás e junto com as qualidades, suas respectivas características, na Umbanda o termo qualidade não faz muito sentido e é substituído pelo tipo do falangeiro. Ex. Você é filho de Ogum, ao invés de indagarmos qual a qualidade, indagamos qual é o falangeiro, no caso, alguns exemplos foram citados acima, o mesmo ocorre com Xangô e outros Orixás.

Obviamente, alguns foram migrados da Nação, no caso de Ogum Megê, que na verdade vem de Meji, que significa duas cabeças, Ogum Xoroquê é um grande exemplo de sua existência tanto no Candomblé, como na Umbanda, é natural que herdemos algumas raízes da Nação justamente por ser nossa única referência ao culto dos orixás.

  1. Guias Espirituais – São os chamados “catiços” por muitos da nação, são espíritos que já tiveram sua encarnação na Terra, são espíritos incorporantes que dão consulta, trabalham sob as irradiações dos Orixás, são os caboclos, erês, preto-velhos e todas as demais linhas que compõem a egrégora umbandista, nesses também temos algumas subdivisões, das quais:
    1. Chefes de Legião – São guias espirituais que já atingiram alto patamar vibratório, raramente são incorporantes, eles são responsáveis por toda uma legião de falanges do mundo espiritual, por exemplo, APENAS PARA EXEMPLIFICAR, em algumas literaturas, dizem que o Caboclo das Sete Encruzilhadas é o chefe da legião de todos os caboclos que compõem a legião da Jurema, Sete Flechas e outros caboclos que trazem nomes de tribos, como Tupã, Tupi, Aimoré, Guarani, entre outros;
    2. Chefes de Falange – São os guias espirituais chefe de cada falange de guias espirituais, por exemplo, podemos ter um Pena Branca chefe de falange de todos os Pena Brancas, são os direcionadores dos guias espirituais que carregam o mesmo nome, são os mentores dos guias espirituais que trazem o nome de toda uma falange, nem todos são incorporantes;
    3. Guias Espirituais – São os guias que estão sob o comando dos exemplos acima, ainda possuem larga estrada para o caminho evolutivo, porém, já atingiram um grau vibratório necessário para trazer maiores encargos magísticos, são os mais comuns durante os trabalhos umbandistas;
    4. Protetores – Como eu sempre digo no blog, nem todo guia espiritual está isento do processo reencarnatório, muitos ainda possuem a missão de reencarnar e passar pelas mazelas do corpo carnal afim de atingir seu objetivo de evolução, entre esses espíritos, são mais comuns essas linhas que surgiram depois da Umbanda Tradicional, como baianos, marinheiros, cangaceiros, entre outros, vale enfatizar que NEM TODOS os guias que atuam nessas linhas são protetores, alguns já atingiram um patamar vibratório como chefe de falange ou até mesmo guia espiritual. Alguns exus também fazem parte desse grupo.

Mas o foco é o título do blog, os falangeiros em suma são os representantes da Força, na Umbanda não acreditamos que incorporamos os Orixás e sim seus representantes naturais, dos quais denominamos falangeiros, apenas para recapitular, raramente falam, raramente trabalham em consultas, normalmente chegam apenas para limpar o ambiente para que os guias espirituais possam trabalhar. Trabalham com maior eficácia com os elementais.

Apenas uma síntese para acabar com algumas pequenas dúvidas, ainda está em estudo o nome de outros falangeiros de Orixás, a tendência é que se apresentem e que paremos de utilizar denominações da nação, existem muitos centros de Umbanda que dedicam pelo menos uma vez ao ano, um trabalho destinado aos falangeiros e como os mesmos chegam muito pouco durante os trabalhos, a tendência de aprendemos com eles se torna mais reduzida, eu mesmo não dou muita importância ao culto dos Orixás, minha ligação é mais enfática com os guias espirituais.

Uma outra dúvida que existe, é se é possível ter mais de um falangeiro do Orixá e SIM, é possível, um filho trabalhar por exemplo com Ogum Rompe-Mato, Ogum Dilê e até mesmo um terceiro, por exemplo, Ogum Malê, vale lembrar que isso depende da missão do filho, vai depender de como ele realiza os seus trabalhos e da necessidade espiritual do mesmo, obviamente, filhos destinados a abrir uma casa, terão mais guias espirituais para a contenção do que filhos que tem apenas como missão evolutiva trabalhar dentro de uma casa de caridade.

Eu sempre digo aqui, sua linha será formatada de acordo com a sua missão, e sim, sua missão pode mudar, você pode evoluir, temos o livre arbítrio, se no meio do percurso você tiver mais saldo que débitos, obviamente novos guias espirituais se aproximarão e trarão mais força para a sua linha para que você possa desempenhar com maestria sua designação. Se existe algo escrito, temos a capacidade de mudar e nisso, obviamente novos mentores se aproximarão.

Tudo é dinâmico.

Namastê.

Neófito da Luz .’.

Lendas e Qualidades de Oxumaré

É a cobra-arco-íris em nagô, é a mobilidade, a atividade, uma de suas funções é a de dirigir as forças que dirigem o movimento. Ele é o senhor de tudo que é alongado. O cordão umbilical que está sob o seu controle, é enterrado, geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.

Ele representa também a riqueza e a fortuna, um dos benefícios mais apreciados no mundo dos iorubás. Em alguns pontos se confunde com oVodun Dan da região dos Mahi.

É o símbolo da continuidade e da permanência, algumas vezes, é representado por uma serpente que morde a própria cauda. Oxumarê é um orixá completamente masculino, porém algumas pessoas acreditam que ele seja macho e fêmea, porém o orixá feminino que se iguala a Oxumarê é Ewá sua irmã gêmea que tem dominios parecidos com o dele. Enrola-se em volta da terra para impedí-la de se desagregar. Rege o princípio da multiplicidade da vida, transcurso de múltiplos e variados destinos.

De múltiplas funções, diz-se que é um servidor de Xangô, que seria encarregado de levar as águas da chuva de volta para as nuvens através do arco-íris.

É o segundo filho de Nanã, irmão de OsanyinEwá e Obaluayê, que são vinculados ao mistério da morte e do renascimento. Seus filhos usam colares de búzios entrelaçados formando as escamas de uma serpente que tem o nome de Brajá, usam também o Lagdigbá como Nanã e Omolu.


Oxumarê no Brasil

No Brasil, as pessoas dedicadas a Oxumarê usam colares (fio-de-contas) de missangas ou contas de vidro amarelas e verdes; a terça-feira é o dia da semana que lhe é consagrado. Seus iniciados usam Brajá – longos colares de búzios, enfiados de maneira a parecer escamas de serpente. Quando dançam levam nas mãos pequenas serpentes de metal, apontam o dedo indicador para o céu e para a terra, num movimento alternado. A Suas oferendas são feitas de patosfeijãomilhocamarões cozidos no azeite de dendê

Na Bahia, Oxumarê é sincretizado com São Bartolomeu e festejado no dia 24 de agosto.

Certa lenda conta que ele era, outrora, um (Babalawo) adivinho, “filho de proprietário-da-estola-de-cores-brilhantes”. Em outra lenda o mesmo tema aparece: “Este mesmo Babalawo Oxumarê vivia explorado por Olofin-Odudúa, o rei de Ifé, seu principal cliente”. Oxumarê consultava-lhe a sorte de quatro em quatro dias.

Sua nação é o Jeje, onde é considerado como Dan, e tido como rei do povos Djedje (jeje) é uma palavra de origem yorubá que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército.

Na nação Jeje, sua cor é o amarelo e preto de miçangas rajadas. Já no Ketu, suas cores são o verde e amarelo intercaladas. Porém essas cores definem apenas o fio-de-contas, pois todas as cores do arco-íris lhe pertencem.

Arquétipo

Seus filhos, assim como conta a lenda de Oxumarê, em sua maioria no início passam por muitas dificuldades, quase miseráveis, porém mais tarde, dando a grande volta em seu caminho, se tornando ricos, poderosos, e muitas vezes orgulhosos. Porém, nunca se negam a ajudar quando alguém realmente precisa deles. E não raro, é ver um filho de Oxumarê se desfazer de algo seu, em favor dos necessitados, com a maior facilidade, contrapondo seu estado de orgulho e ostentaçao, a exibir sua riqueza. Nessa fase estão no arco-íris, a fase mais doce e sincera que possuem.

São pessoas de temperamento fácil de se lidar estando calmas, porém, se tornam terríveis quando com raiva, representando nesse estado a Serpente, que vem trazendo o lado negativo de Oxumarê, o seu lado mais perigoso, que é a falsidade e a perversidade.

Tudo muda em suas vidas: Os amigos, os romances, as cidades que moram. Gostam de mudanças e quando a fazem, se tornam radicais. Podem desenvolver a bissexualidade, pois faz parte da característica deste orixá, que é 6 meses homem e 6 meses mulher, não que seus filhos tenham os dois sexos, mas que podem gostar e sentir atração por homem e mulher, de forma natural.

Duas fases de Oxumarê

Oxumarê dentro do candomblé, se divide em duas qualidades : – Oxumarê macho, representado pelo arco-íris _ Oxumarê fêmea, chamado de Frekuem, representado pela Serpente. Identificado no jogo do merindilogun pelo odu iká e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxumare. A entidade é 6 meses homem e 6 meses mulher, mas é considerado pai de cabeça e não mãe.

LENDAS

O exótico e o mistério são os seus domínios. Tudo nele é repetitivo, variando apenas as formas, como no ciclo da chuva: a água que evapora, retorna como chuva. Ou como no universo dos corpos celestes, onde a lua, o sol, a terra e os demais astros e planetas executam os seus movimentos com metodicidade harmoniosa. No ciclo “vida e morte”, ele também está presente; e seu símbolo mais forte é o da cobra mordendo a própria cauda, numa atitude que representa o ciclo vital: vida, morte e renascimento. Enrola-se também em torno da terra para impedi-la de se desagregar. Acredita-se que se perdesse as forças seria o fim do mundo.

A marca mais evidente de oxumaré é o arco-íris, de quem é senhor.

Sendo ao mesmo tempo macho e fêmea, esta natureza aparece nas cores vermelha e azul que cercam o arco-íris. Ele representa também o bem, a riqueza e os benefícios mais apreciados no mundo dos iorubás.

Ele se paramenta de búzios como o bradjá (longos colares enfiados de maneira a aparecer escamas de serpentes) e com colar de lagdbá (relação com a terra e os ancestrais). Representa a sabedoria, o equilíbrio ecológico e a evolução. Patrono do arco-íris e outros fenômenos da atmosfera, está relacionado com o conceito de terra e infinito. Símbolo da fecundidade e da eternidade.

Ele é a morbilidade e a atividade, pois uma de suas obrigações é a de dirigir as forças que produzem o movimento. Ele é o Senhor de tudo que é alongado: como o cordão umbilical. Este está sob seu controle e é enterrado sob uma palmeira, que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.

Os Eleguns de Òsùmàré trazem na mão um Eberi (espécie de vassoura feita com nervuras das folhas das palmeiras), outras vezes seguram também uma serpente de ferro forjado.

O lugar de origem deste Orixá seria Mahi, no ex-Daomé. Òsùmàré é Orixá da riqueza e é chamado de Ajé Sàlugá na religião de Ifé, onde dizem que chegaram os 16 companheiros de Odùdùwa.

Ele é simbolizado por uma grande concha. Registram-se 4 qualidades sendo a de Abessem – a Cobra Sagrada – a mais conhecida.

oloje iku ike obarainan

Fonte: http://wikipedia.org

Lendas e Qualidades de Logun-Edé


Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède, é um orixá africano que na maioria dos mitos costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Ibualama, do iorubá Ibùalámo. Segundo as lendas, vive seis meses nas matas caçando com Oxóssi e seis meses nos rios pescando com Oxum. É cultuado na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas nações Ketu e Efan, sendo o seu culto muito difundido no Rio de Janeiro.

No entanto, existem outras versões acerca de sua filiação. Se na maioria dos mitos, Logunedé surge como filho de Oxum e Oxóssi, em outros, um pouco mais raros, aparece como filho de Ogun e Iansã. Há, ainda, histórias que contam a lenda de Logunedé como filho desses quatro Orixás, apresentando-o como nada mais, nada menos que uma representação dos Orixás Gêmeos, Ibeji.

Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi que se fundem e se mesclam como mistério da criação, trata-se de um orixá que tem a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum à alegria, à expansão de Oxóssi. Se Oxum confere a Logunedé axés sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do conhecimento.

Essa característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de Oxóssi, muitas vezes o leva a ser representado como uma criança, um menino pequeno ou adolescente, formando mais uma tríade sagrada na História das religiões. Com Logunedé, completa-se o triângulo iorubá pai, mãe e filho que também se repete nas trilogias católica (Pai, Mãe e Espírito Santo), egípcia (ÍsisOsíris e Hórus), hindu e tantas outras.

Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé também é visto como um ser andrógino. Ao contrário do que muitos pensam, Logun Ede não é de características masculina e feminina, não é bissexual. Na verdade possui uma grande relação com Òsun, sua mãe e com Erinlé, seu pai, trazendo consigo a personalidade desses dois Òrìsà e algumas características marcantes, mas nada que o transforme em um hermafrodita que durante seis meses é Oboró e seis meses Ìyábá como algumas pessoas assim o dizem e usam deste artifício para denotações homossexuais.

Existem templos para Logun Ede em Ilesa, seu lugar de origem, onde em alguns itans é citado como um corajoso e poderoso caçador, que tamanha coragem é relacionada a de um leopardo. Casado com três esposas. De culto diferenciado e totalmente ligado ao culto a Òsun, é um Orisa de extremo bom gosto. Seus objetos devem permanecem junto aos assentos de Osun e sempre quando agradado devemos agradar sua mãe. Tem predileção ao dourado, é um Orisa muito vaidoso, é considerado o mais elegante de todos os Orisas.

De Òsun, sua mãe, Logun Ede herdou o lado belo e vaidoso. Pois Òsun lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Deusa da fertilidade, na Nigéria é dela o rio que leva o seu nome e no Brasil dela são as águas doces dos lagos, fontes e rios. Água que mata a sede dos humanos e da terra, que assim se torna fecunda e fornece os alimentos essenciais à vida. Òsun menina dengosa, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Òsun é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida. Com seus atributos, ela dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos.

De Erinlé, seu pai, Herdou o dom da caça pois Erinlé é da família dos Ode e seu símbolo é o ofá, a lança de caça e o ogue. Erinlé é a representação do desenvolvimento do homem, conhece os segredos da caça, também símbolo de prosperidade e formação de comunidades. Ele busca o alimento com coragem e é considerado o guerreiro das matas, é corajoso, viril e Logun-odé tem estas características, é um Òrìsà guerreiro. Mas se, em várias tradições, ele é considerado um orixá masculino, em algumas é confundido com a homossexualidade ou a bissexualidade, o que ocorre quando se interpreta ao pé da letra o mito que afirma viver Logunedé seis meses como homem e seis meses como mulher. Na verdade, a interpretação mais aceita seria que essa se trata de uma metáfora para falar dos axés herdados por ele de seus pais, Oxum e Oxóssi.

Após ser abandonado e viver com Ogum, aprende com ele as artes da guerra e da metalurgia. É coroado por Iansã como o príncipe dos Orixás. É amigo íntimo de Yewá, seriam eles os Orixás que se complementam, considerados o par perfeito.

Num mito raro, Logunedé se perde no caminho entre as casas de Oxum e Oxóssi, é encontrado pelo velho Omolu que o ampara e protege. Com Omolu, Logunedé aprende a arte da cura e a feitiçaria. O seu primeiro nome, Logun, no Brasil se mesclou ao segundo, Edé, nome da cidade iorubá na qual o seu culto se fortaleceu, formando Logunedé. Logun pode ser uma abreviatura de Ologun que, em iorubá, quer dizer feiticeiro.

Então, feiticeiro, caçador, pescador, príncipe guerreiro, esses são alguns títulos, alguns epítetos dados à Logunedé. Para Mãe Menininha do Gantois“Logun é santo menino que velho respeita”.

Costuma ser cultuado no candomblé, mas não na umbanda.

É filho de ÒSÓÒSÌ YBUALAMO e ÒSUN YPONDÀ. Na parte masculina êle veste azul claro e na feminina amarelo ouro. Suas ferramentas ( IBÁ ) levam sete espadas pequenas, amarelas, sete ofas pequenos, amarelos; usa arco e flecha, um leque e uma trombeta ( berrante ) , mas delicado. Seus bichos são o faisão, canário da terra, coelho e periquito. LOGUN não come frangos, e sim galo e galinha garnizé, porco da índia, tatu e bode castrado.

Tudo dêle é dobrado. Êle só responde chorando.

É a divindade das águas doces e do mato baixo.

Sua saudação: LÒGÚN Ó AKOFÀ, quer dizer: Êle é LOGUN, peguemos o arco e a flecha.

QUALIDADES

– EDÈ LOKO
Tem fundamento com ÈSÙ

– EDÈ YBAYN
Leva carrinhos e bola de gude, pois êle é um recem-nascido.

– APANAN .
Todos comem com ÈSÙ e ÒSÓÒSÌ. Seus fundamentos estão em sua mãe de criação, ONIRA, sem ela LOGUN não caminha. Toda pessoa de LOGUN tem que assentar ONIRA e de ONIRA tem que assentar LOGUN. LOGUNEDE assenta, também, YBUALAMO, YPONDA e OPARÁ.

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Egunitá

Egunitá é considerado um orixá feminino cuja existência tem sido questionada por alguns adeptos da Umbanda e do Candomblé
Para muitos estudiosos e seguidores não seria um orixá singular mas, uma das qualidades (manifestações) de Iansã ou Oyá que vestiria rosa, visão mais comum dos fiéis do Candomblé. Como Oyá do Culto Igbalé é associada aos mortos, aos ventos e ao bambuzal, é ligada aos orixás Oxalá e Nanã.
Existiam mesmo terreiros que veiculavam essa mensagem. Um exemplo advém do falecido escritor e sacerdote, José Ribeiro, que era dirigente do Terreiro de Iansã E

Lendas e Qualidades de Ossãe (Ossayin)

Ossain era o único orixá que sabia reconhecer e despertar os poderes mágicos das plantas e usá-los para curar as enfermidades, ou nos rituais litúrgicos. Ele sabia, como ninguém, fazer misturas mágicas com os vegetais, raízes e folhas.

Os outros orixás também tinham o desejo de possuir suas próprias folhas, bem como o conhecimento necessário para receber o axé proveniente delas, mas Ossain não revelava seus segredos e não deixava ninguém apanhar folhas em suas florestas.

Oyá (Yassan) não aceitava essa situação, pois sua aldeia estava sendo assolada por doenças, e nada podia ser feito. Foi, então, que ela pediu a Ossain que lhe desse algumas folhas e seus respectivos encantamentos, mas este negou-se a fazê-lo. Oyá ficou muito contrariada, não se conformando com uma atitude tão insensível. Sua fúria incontrolável fez levantar o vento. E o vento foi tão forte, que as folhas se desprenderam das árvores, voando para todos os cantos da floresta. Ossain gritava: “Minhas folhas, minhas folhas”. A cabaça com os segredos ficou exposta por algum tempo, possibilitando aos orixás a oportunidade de absorver uma pequena parte desse conhecimento. Assim, os orixás cataram suas folhas, que seriam utilizadas em seus rituais sagrados; porém, não podiam dispensar a ajuda de Ossain, pois ele sempre será o grande sábio da floresta.

Outra lenda nos conta que Ossain trabalhava na roça de Orunmilá, que é um orixá fun-fun (da cor branca) e detentor do conhecimento do oráculo divinatório. Ossain tinha a tarefa de cultivar os campos, mas recusava-se a limpar o terreno para fazer a semeadura. Ele não conseguia podar as plantas, pois achava utilidade em todas elas. Essas folhas podiam curar todo tipo de doença existente.

Orunmilá, vendo que o serviço não saía, foi ver o que estava acontecendo.

Ossain explicou seus motivos, fazendo com que o grande orixá fun-fun percebesse estar diante de um ser encantado e de grande conhecimento. Ao invés de castigá-lo, deu-lhe uma posição de destaque dentro do oráculo de Ifá. Dessa forma, Orunmilá teria, perto de si, alguém para lhe revelar os segredos das folhas.

II

OSSAIN, O SENHOR DAS FOLHAS

Ossain recebera de Olodumaré o segredo das folhas.

Ele sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor.

Outras, a sorte, a glória, as honras ou ainda, a miséria, as doenças e os acidente.

Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta.

Eles dependiam de Ossain para manter sua saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.

Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e impetuoso, irritado por esta desvantagem, usou de um ardil para tentar usurpar a Ossain a propriedade das folhas.

Falou dos planos à sua esposa Iansã, a senhora dos ventos.

Explicou-lhe que, em certos dias, Ossain pendurava, num galho de Iroko, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas.

“Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias”, disse-lhe Xangô.

Iansã aceitou a missão com muito gosto.

O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando árvores, quebrando tudo por onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada.

A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram.

Os orixás se apoderaram de todas.

Cada um tornou-se dono de algumas delas, mas Ossain permaneceu senhor do segredo de suas virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação.

E, assim, continuou a reinar sobre as plantas como senhor absoluto.

Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.

III

Desde garoto, Ossain gostava mais de ficar sozinho vagando pela mata do que na companhia da família. Muito cedo, ele saiu de casa e foi morar no meio da floresta, onde se dedicou a estudar os poderes mágicos e medicinais das plantas. Depois de algum tempo, ele sabia tudo sobre o assunto e, quando alguém precisava de um remédio ou feitiço, recorria a ele.Mas ele guardava as folhas numa cabaça e não mostrava para ninguém. Os outros orixás ficaram aborrecidos por dependerem dele. Decidiram fazer alguma coisa, e Iansã se dispôs a resolver o problema. Foi ao encontro de Ossain e fez soprar uma ventania que derrubou a cabaça e espalhou as folhas. Então, cada Orixá correu e pegou um pouco para si. Ossain só conseguiu guardar as mais secretas, mas continuou dono do poder mágico, e por isso todos têm de lhe pedir licença para usar as folhas.

IV

Houve um rei que tinha três filhas muito bonitas. Quando elas chegaram à idade de casar, o rei disse que a mais velha casaria com quem adivinhasse o nome das três. Muitos pretendentes apareceram mas todos fracassaram; até que um dia chegou à cidade um rapaz que todos chamavam de Aroni, o aleijado, porque tinha uma só perna. O aleijado se apaixonou pela filha do rei e se apresentou como pretendente. O rei lhe deu um prazo de três dias. Passeando perto do palácio, o aleijado descobriu um arvoredo onde as princesas passeavam. Subiu num pé de Obi e, quando elas apareceram, fingiu ser o Deus da Árvore e deu a cada uma delas uma noz de cola. Em troca delas disseram seus nomes. No dia marcado, foi à presença do rei, matou a charada e casou com a princesa. Só então revelou que era Ossain, o deus das folhas.

V

Quando Ossain nasceu, os pais o deixaram nu. Por isso, ele cresceu cheio de ressentimento contra eles. Vivia mais na floresta que em casa, e assim aprendeu os segredos das folhas. Um dia, jogou um feitiço sobre o pai, que não conseguia respirar, e só o curou quando o pai lhe deu uma roupa e um gorro; e assim Ossain não precisou mais se vestir de folhas. Depois, jogou um feitiço na mãe, que ficou com dor de barriga; e só a curou quando ela lhe deu um pano listado. Quando teve um filho, Ossain teve medo de que ele o tratasse como ele tratara o pai; então, matou-o e fez um pó de seu corpo. Mais tarde, usou esse pó para curar o rei, que em recompensa o cobriu de honrarias.

VI

Quando Ossain trabalhou para Olorum, recebeu a função de ajudante do adivinho Orumilá. Mas como ele sabia muito sobre ervas medicinais, não quis ser inferior ao outro. Para testá-los, Olorum resolveu enterrar os filhos dos dois por 7 dias; o que respondesse primeiro quando fosse chamado, venceria. Orumilá consultou Ifá, que o aconselhou a fazer oferendas a Exu. Orumilá obedeceu e Exu mandou um coelho levar comida para Sacrifício ( o filho de Orumilá ). Remédio, o filho de Ossain, usou seu poder mágico para falar com Sacrifício, a quem pediu comida; este lhe deu, com a condição de que Remédio não respondesse quando o chamassem. Ele assim fez e Orumilá venceu a prova. Em agradecimento, compartilhou o poder de adivinhação com Exu.

VII

Quando Orunmilá veio ao mundo, quis um escravo para lavrar o seu campo. Comprou um no mercado. Era Ossayn. Quando Ossayn ia começar a sua tarefa de cortar as ervas, gritou: “impossível cortar esta erva, já que é muito útil” servia para baixar a febre; a segunda sanava as dores de cabeça, e também recusou cortar; a terceira acabava com as cólicas. E disse: “Em verdade, não posso arrancar ervas tão úteis.

Orunmilá tomando conhecimento da conducta do escravo, demonstrou o seu desejo de ver essas ervas, que Ossayn não queria cortar já que mantinham o corpo saudável e decidiu que Ossayn lhe poderia ser útil e por isso estaria sempre ao seu lado explicando-lhe as ervas, e as folhas no momento da consulta”.

VIII

Como Òsanyìn descobre o nome das folhas.

Òrúnmílá dá a Òsanyìn o nome das plantas.

Ifá foi consultado por Òrúnmílá que estava partindo da terra para o céu e que estava indo apanhar todas as folhas. Quando Òrúnmílá chegou ao céu Olódùmaré disse, eis todas as folhas que queria pegar o que fará com elas ?

Òrùnmílá respondeu que iria usá-las, disse que, iria usá-las para beneficio dos seres humanos da Terra. Todas as folhas que Òrunmílá estava pegando, Òrúnmílá carregaria para a Terra.

Quando chegou à pedra Àgbàsaláààrin ayé lòrun (pedra que se encontra no meio do caminho entre o céu e a terra) Aí Òrúnmílá encontrou Òsanyìn no caminho.

Perguntou: Òsanyìn onde vai?

Òsanyìn disse; “Vou ao céu, disse ele, vou buscar folhas e remédios”.

Òrúnmílá disse, muito bem, disse, que já havia ido buscar folhas no céu, disse, para benefício dos seres humanos da terra. Disse, olhe todas essas folhas, Òsanyìn pôde apenas arrebatar todas as folhas. Ele poderia fazer remédios (feitiços) com elas porém não conhecia seus nomes.

Foi Òrúnmílá quem deu nome a todas as folhas. Assim Òrúnmílá nomeou todas as folhas naquele dia.

Ele disse, você Òsanyìn carrega todas as folhas para a terra, disse, volte, iremos para terra juntos.

Foi assim que Òrúnmílá entregou todas as folhas para Òsanyìn naquele dia. Foi ele quem ensinou a Òsanyìn o nome das folhas apanhadas.

IX

Ossayn, o Curandeiro

Desde pequeno Ossayn andava metido mata a dentro. Conhecia todas as folhas, sabendo empregá-las na cura de doenças e outros males. Um dia Ossayn resolveu partir pelo mundo. Por onde andava era aclamado como o grande curandeiro.

Certa vez salvou a vida de um rei, que em recompensa deu-lhe muitas riquezas. Ossayn não aceitou nada daquilo; disse que aceitaria somente os honorários que seriam pagos a qualquer médico.

Tempos depois, a mãe de Ossayn adoeceu. Sendo procurado por seus irmãos e para espanto destes, Ossayn exigiu o pagamento de sete kauris por seus serviços, pois não poderia trabalhar para quem quer que fosse no mundo, sem receber algo. Mesmo contrariados os irmãos pagaram-lhe os sete kauris e sua mãe foi salva. Ossayn curou a mãe e seguiu caminho, pois ele é a folha e tinha que estar livre para o mundo.
olojé ikú ikê óbárainan

Lendas e Qualidades de Nanã Buruquê (Buruku)


Nanã Buruku (ou Nanã, Nanã Buluku, Nanã Buru, Nanã Boroucou, Nanã Borodo, Anamburucu, Nanã Borutu), é um nome pertinente a um vodun e orixá das chuvas, dos mangues, do pântano, da lama (barro molhado), senhora da Morte, e responsável pelos portais de entrada (reencarnação) e saída (desencarne). Identificado no jogo do merindilogun pelos odu ejilobon e representado materialmente pelo candomblé através do assentamento sagrado denominado igba nanã.

África

Assentamento de Nanã – No candomblé do Ile Ase Ijino Ilu Orossi.
Em sua passagem pela Terra, foi a primeira Iyabá e a mais vaidosa, em nome da qual desprezou seu filho primogênito com Oxalá, Omolu, por ter nascido com várias doenças de pele. Não admitindo cuidar de uma criança assim, acabou abandonando-o numa praia, Iemanjá o achou abandonado, quase morrendo e o curou e o criou como se fosse sua mãe, dando todo o amor e carinho. Sabendo do que Nanã fez, Oxalá condenou-a a ter mais filhos, os quais nasceriam anormais (Oxumarê, Ewá e Ossaim), e a expulsou do reino, ordenando-lhe que fosse viver num pântano escuro e sombrio, lugar onde pensou em abandonar seu pobre filho, mas desistiu, pois na praia seu filho morreria mais rápido.
Nanã é dona de um cajado, o ibiri. Suas roupas parecem banhadas em sangue, Orixá das águas paradas que mata de repente, ela mata uma cabra sem usar faca. É considerada o Orixá mais antigo do mundo. Quando Orunmilá chegou aqui para frutificar a terra, ela aqui já estava. Nanã desconhece o ferro por se tratar de um Orixá da pré-história, anterior à idade do ferro. O termo “nanan” significa raiz, aquela que se encontra no centro da terra. Nanã tornou-se uma das Iyabás mais temidas, tanto que em algumas tribos quando seu nome era pronunciado todos se jogavam ao chão. Senhora das doenças cancerígenas, está sempre ao lado do seu filho Omolu. Protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais. É um vodun, segundo alguns pesquisadores, originário de Dassa-Zoumé, é uma velha divindade das águas. Pierre Verger encontrou um Templo Dassa-Zoumé e o sacerdote do seu culto.
A área que abrange seu culto é muito vasta e parece estender-se de leste, além do rio Níger, até a região Tapá, a oeste, além do rio Volta, nas regiões dos “guang”, ao nordeste dos Ashanti.
Entre os fon e mahi ela é considerada uma divindade hermafrodita, anterior a Mawu e Lissá, aos quais teria dado origem em associação com a “serpente do Universo” Dan Aido Hwedo. Para os ewes e minas, ela é às vezes vista como um vodun masculino (Nana Densu), esposo da grande mãe das águas Mami Wata.

Brasil

Nanã Buruku é cultuada no Candomblé Jeje como um vodun e no Candomblé Ketu como um orixá da chuva, das águas paradas, mangue, pântano, terra molhada, lama e considerada a mãe dos orixás Obaluaiyê, Iroko, Osanyin, Oxumarê e Yewá.
Nanã é chamada carinhosamente de “Avó”, por ser usualmente imaginada como uma anciã. É cultuada em todo o Brasil nas religiões Afro-brasileiras. Seu emblema é o Ibiri que caracteriza sua relação com os espíritos ancestrais. Como “Mãe-Terra Primordial” dos grãos e dos mortos, Nanã Buruku poderia ser equiparada à deusa greco-romana Deméter-Ceres-Cíbele.
A existência do culto de Nanã Buruku é atribuída a tempos remotos, anteriores à descoberta do ferro, por isso, em seus rituais, não costumam ser utilizados objetos cortantes de metal.
O baobá (“Adansonia digitata L.”, em iorubá ossê e em Fon akpassatin) é sua árvore sagrada.
No sincretismo afro-católico, Nanã Boroquê, como é chamada na Umbanda, é equiparada à Sant’Ana.
Nanã no Batuque – RS: Nanã no Batuque (Religião Afro-Gaúcha) é a Iemanjá mais velha de todas, embora não seja Iemanjá.
Arquétipo[editar]

São conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens. Passam aos outros a aparência de serem calmos, mudando rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos; quando então, podem ser perigosos, o que assusta as pessoas. Levam seu ponto de vista às últimas conseqüências, tornando teimosia. Quando mãe, são apegadas aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas. Exigem atenção e respeito, são pouco alegre e não gostam de muita brincadeiras. Os filhos deste grande Orixá são majestosos e seguros nas ações e procuram sempre o caminho da sabedoria e da justiça.

Qualidade de Nanã

Nana Buruku.jpg
Igbayin
Buruku
Igbónán
Asayio
Asanan
Insele
Tinoloko
Ajaosi
Ìkure
Dia: sábado Data: 26 de Julho (dia dos avós no Brasil) Metal: Latão Cores: Branco  e azul ou preto e roxo Comidas: Aberém, mugunzá, mostarda e taioba Símbolos: Ibiri e bradjá Elementos: Águas paradas e lamacentas Região da África: Ex-Daomé Pedra: Ametista Folhas: Folha-da-costa, folha de mostarda, manacá, ojú oro, oxibatá, papoula roxa, quarana Odu que Rege: Odilobá Domínios: Vida e morte, saúde e maternidade Saudação: Salúba!

Lendas de Nanã

Afirma-se que Nanã era a rainha de um povo e que tinha poder sobre os mortos. Para roubar esse poder, Oxalá desposou-a, mas não ligava para ela. Nanã, então, fez um feitiço para ter um filho. Tudo aconteceu como ela queria mas, por causa do feitiço, o filho, Omolu nasceu todo deformado. Horrorizada, Nanã jogou-o no mar para que morresse. Como castigo pela crueldade, quando Nanã engravidou de novo, Orunmilá disse que o filho seria lindo mas se afastaria dela para correr mundo. Assim, nasceu Oxumaré, que durante seis meses do ano vive no céu como o arco-íris, e nos outros seis é uma cobra que se arrasta no chão.
Em outra lenda, conta-se que, na aldeia chefiada por Nanã, quando alguém cometia um crime, era amarrado a uma árvore. Nanã então chamava os Eguns para assustá-lo. Ambicionando esse poder, Oxalá foi visitar Nanã e deu-lhe uma poção que fez com que ela se apaixonasse por ele. Nanã dividiu o reino com ele, mas proibiu a sua entrada no Jardim dos Eguns. Oxalá então espionou-a e aprendeu o ritual de invocação dos mortos. Depois, disfarçando-se de mulher com as roupas de Nanã, foi ao jardim e ordenou aos Eguns que obedecessem “ao homem que vivia com ela” (ele mesmo).

Quando Nanã descobriu o golpe, quis reagir mas, como estava apaixonada, acabou aceitando deixar o poder com o marido. Hoje no Culto aos Egungun só os homens são iniciados para invocar os Eguns.
Uma terceira lenda refere que, certa vez, os Orixás se reuniram e começaram a discutir qual deles seria o mais importante. A maioria apontava Ogum, considerando que ele é o Orixá do ferro, o que deu à humanidade o conhecimento sobre o preparo e uso das armas de guerra, dos instrumentos para agricultura, caça e pesca, e das facas para uso doméstico e ritual. Somente Nanã discordou e, para provar que Ogum não era tão importante assim, torceu com as próprias mãos o pescoço dos animais destinados ao sacrifício em seu ritual. É por isso que os sacrifícios para Nanã não podem ser feitos com instrumentos de metal..
óloje iku ike obarainan

Comunicado Sobre a Personalidade dos Filhos de Orixá

Irmãos…

Como muitos me enviavam emails perguntando qual era meu ponto de vista, decidi extrair trechos de um livro que eu gostei muito.

Ali oferece uma boa ideia da influência do Orixá sobre nosso aspecto mental, físico e vocacional.

Como podem observar, nos posts ela associa o sentido mitológico e antropomórfico do Orixá, do qual discordo um pouco, porém, no quesito da herança fornecida por essas vibrações em nossas vidas achei muito bom.

Neófito da Luz.

 

Vibração Ogum – Ogum Malê / Ogum Malei

Hoje, sábado, 26 de maio de 2012, acordei com uma vibração de significância razoável de Ogum Malei. Um Ogum que conheço muito pouco, principalmente sobre o que significa o povo Malei. Sinceramente, nunca o vi em Terra, e existe muito pouca informação sobre o mesmo. É um Ogum que só atua realmente na Quimbanda? Junto com isso, quem é Ogum Malei ou o que é o povo Malei?

Para algumas questões, recorri sim a algumas pesquisas e para outras, tentei fechar meus olhos, colocar uma música relaxante e acender um incenso para ver se obtinha alguma resposta, mesmo assim, como todo bom escorpiano de Xangô, decidi tirar a prova real em pesquisas online.

Muita informação se perde com a forma que nós pronunciamos as palavras, foi bem enfático o nome de MALÊ durante essa vibração e não MALEI como vimos em vários sites a respeito do assunto.

Apenas como referência, utilizaremos o termo Malê, que foi um povo africano que sabiam ler e escrever em árabe e haviam difundido seus cultos e extases com o islamismo, alguns se tornando até sufis, que é uma corrente mística do islamismo. Eram considerados “letrados”.  Com uma simples busca pela wikipedia, temos:

Malê (do hauçá málami, “professor”, “senhor”, pelo iorubá imale, “muçulmano”) era o termo usado no Brasil, no século XIX, para designar os negros muçulmanos que sabiam ler e escrever em língua árabe. Eram muitas vezes mais instruídos que seus senhores, e , apesar da condição de escravos, não eram submissos, mas muito altivos. Na História do Brasil, notabilizaram-se pela chamada Revolta dos Malês, que ocorreu em 1835, na Bahia, onde eram encontrados em maior número, embora fossem encontrados também em PernambucoAlagoas e Rio de Janeiro[1]

 Eram um povo muito culto, possuía uma hierarquia organizada dentro de seu povo  e que também havia em sua hierarquia, guerreiros, o que condiz e muito com a vibração de Ogum em seu povo. Juntamente com essa mescla entre o islamismo, o sufismo e os cultos pagãos do qual não abdicaram, evocavam os djins. Vamos explicar um pouco o que vem a ser um Djin, o que já é algo muito conhecido e foi inserido de forma fantasiosa pela nossa cultura, para economizar algumas palavras, recorrerei novamente ao meu amigo Wiki, para definir rapidamente o que é um Djin.

Um gênio (português brasileiro) ou génio (português europeu) (do latim genìus) é uma espécie de espírito que rege o destino de alguém ou de um lugar. O termo em grego para o mesmo conceito é daimon e pode ser empregado como um equivalente em português ao árabe “jinn | جن”, uma vez que na mitologia árabe pré-islâmica e no Islã, um jinn (também “djinn” ou “djin”) é um membro dos jinni (or “djinni”), uma raça de criaturas sobrenaturais[1].

Os Genios eram espíritos que habitavam o mundo extrafísico, muito conhecido na literatura das “Mil e Uma Noites” como um espírito que habitava uma lâmpada e para aquele que a encontrasse, tinha direito a três desejos, muito parecido com a crença que algumas pessoas ainda possuem sobre os exús. Para a maioria dos islâmicos, são demônios que tem a facilidade de seduzir as pessoas, como ilustra o exemplo dos três desejos, ou seja, algo maléfico. Alguma semelhança com nossos queridos exús segundo a crença popular?

Algumas comparações características retiradas do wikipedia:

Exemplos de Modificações feitas por Deus através de Mohammad no AlCorão, na crença dos Djinn Exemplos de crenças na arabia pré-islamica e em outros locais
Foram criados por Deus e não podem enfrenta-lo. Os Djinn eram todos-poderesos e eternos.
Foram criados por Deus e não podem enfrenta-lo. Homens não devem se comunicar com Djinn e Djinn’ não se deve comunicar com homens.
Não inspiram ninguem, não podem fazer mal nem bem a ninguem foram criados como nós. os Djinn inspiravam poetas, filosofos e profetas. Também acreditavam que os que os Djinn ajudavam as pessoas a obter riquezas ou ajudavam nos problemas do cotidiano.
Não podem fazer magia e ninguém pode, tais coisas não existem. Os Djinn tinham poderes quase “mágicos” e poderia usa-lo contra ou a favor dos homens.
Como tem livre arbitrio os Djinn serão julgados também por seus atos e podem ir para o céu ou inferno. Nunca em local algum se acreditou em tais coisas para os Djinn , os Djinn sempre foram vistos como eternos e imortais e como os anjos nunca seriam julgados, no islam Deus ab-rogou estas crenças sobre os Djinn.

Então aí já encontramos e forte a razão para ser um povo muito presente tanto na Vibração de Ogum quanto na Vibração dos Exús. Ainda podemos acrescentar o fato de ser um povo de origem negra, com conhecimentos árabes, o que ainda podemos compreender que pode vibrar no Oriente.

Então é um povo que possuía um conhecimento absurdamente fantástico, misturar o culto aos ancestrais, algo que os africanos sabiam fazer muito bem, com o que se ensina no Sufismo, que é uma corrente islâmica mística de grande Sabedoria, os Dervixes, e ainda mesclar com o conhecimento monoteísta maometano, temos sim, um povo que foi muito pouco conhecido mas que teve grande importância na revolução da escravatura, segundo alguns dados históricos.

Como os africanos eram exímios evocadores de ancestrais, principalmente a todos os espíritos ligados à natureza, aprenderam também a trabalhar com os Djins, que eram entidades que já poderiam estar ligadas à Quimbanda há muito mais tempo, mas com outros nomes ou classificações, na verdade, tudo pode ser a mesma coisa, somente denominamos de formas diferentes porque todos temos idiomas diferentes.

Com isso, mesmo deduzindo, confirmei que é um Ogum extremamente ligado ao Povo do Oriente e seu conhecimento, é um Ogum que consegue atuar também nas vibrações da Quimbanda, no Polo Negativo do Astral. Por isso, dizem que é um Ogum que lida de forma fantástica com a Linha da Esquerda.

Também explica porque existe uma Falange da Quimbanda totalmente dedicada a esse Povo, a esses Negros que foram Tatás (Mestres/Sacerdotes)  ou até mesmo N’Gangas (Feiticeiros) .  O que podem contribuir e muito com a atuação da Quimbanda, desmanchando quaisquer tipos de malefícios causados a nós, mediuns ou a qualquer outra pessoa.

Esse Ogum diferente das imagens de cavaleiros que se observam em imagens em casas religiosas, se apresentou como um Negro, robusto e vestes brancas com um lado do ombro à mostra, um cinturão de corda e duas adagas. Não consegui ver seu rosto, mas suas cores predominantes eram o vermelho, dourado, algumas detalhes em verde e branco. Vestes muito bonitas, lembrando um Guerreiro Oriental. Não carregava escudos.

Assim que obtiver mais informações a respeito do mesmo, postarei no blog e posteriormente já mandarei o Post de Ogum Nagô e Naruê se assim me permitirem, já que estou fortemente sobre essa irradiação no dia de hoje, espero aprender e compartilhar as informações que obtiver. Só queria aproveitar as informações quentinhas na cabeça e postar rapidamente.

Na mais perfeita Vibração de Deus.

Patacori Sr Ogum.

Salve a Falange de Ogum Malê

E Obrigado pela Oportunidade.

Namastê.

Neófito da Luz

A Vibração Oxalá

É a vibração da Pureza, da Fé e da Paz. É o maior de todos os Orixás, é considerado a Emanação mais Pura de Deus. Sincretizado como Jesus Cristo, em algumas casas é reservada a Sexta-Feira para esse Orixá, para outros, o Domingo, mas como sempre falo, cada casa tem a sua forma de trabalho. Seu sincretismo é Jesus Cristo e sua data de comemoração é dia 25 de dezembro.

Sua cor é unânime em todas as casas, é o branco, em algumas qualidades dentro do Candomblé, pode ter outras cores, como o azul para Oxaguian, mas o branco é sempre predominante.

Sua saudação geralmente é “Epa Babá Oxalá” ou “Epa Baba okê kakubeká”, suas oferendas são frutas, geralmente “brancas”, como maça verde, pera, uva verde. O local de suas oferendas geralmente são em igrejas ou em montes altos e verdejantes, onde Ogum Matinata costuma receber também.

Importante salientar que o branco é a cor que está em todas as outras cores, é a claridade total, é a Luz em sua Plenitude.

Simbolizado pela Pomba Branca,  ou também conhecido em algumas Ordens como Columba (com outro significado que não cabe ao post explanar), a sua origem data história de Noé e da sua Arca. Um desses episódios é narrado no capitulo 8 do Gênesis, primeiro livro do Velho Testamento. Noé, que esperava na Arca o fim do dilúvio, mandou um animal mensageiro para ver se as águas haviam baixado. O primeiro escolhido foi o corvo, que ficou voando para lá e para cá e perdeu a oportunidade deganhar a simpatia da humanidade. Então Noé enviou uma pomba, na primeira viagem, ela não encontrou nenhum lugar para pousar. Sete dias depois, foi novamente solta e retornou com um ramo de oliveira no bico. Isso, de acordo com a narrativa bíblica, simbolizava a PAZ entre DEUS e os homens ”Além disso, o ramo de oliveira significava também garantia de alimentos de remédios e da benção divina.

Essa vibração é de importância cabal para todos os filhos de Umbanda, pois essa vibração é a Fé, a Paz.

A Fé é acreditar em algo intangível, a Fé é extremamente particular, inexplicável, ela é apenas sentida, vibracionada. É a motivação inexplicável, é a utilização de nossos sentidos mais sutis, é a intuição. Como eu costumo dizer, a força de vontade é a Vontade de Deus atuando sobre nós, e podemos resumir isso na Fé, o principal elemento de toda a Magia Existente. Não adianta apenas os elementais, temos que acreditar naquilo que temos ou que fazemos. Isso mostra a relevância e poder dessa vibração nos terreiros.

Não pretendo fornecer maiores elucidações sobre a fé, porque como eu disse, é uma experiência totalmente pessoal, mas dentro da Teurgia, é a Magia mais poderosa que existe, acreditar  em si mesmo, nos atos e nas circunstâncias, um exemplo é a Biblia, você pode lê-la, estudá-la, compreendê-la, mas se não sentir o extase, se não sentir a Força, o Contexto, é apenas um Livro.

Oxalá também rege a Paz, que é um outro estado de vivência Espiritual. Também posso afirmar com veemencia que é uma experiência totalmente pessoal. A Paz é extremamente relativa, é aquela felicidade consistente que sentimos, e cada um a sente de uma forma diferenciada.

A Paz de Espírito é um sentimento inenarrável, quando estamos em Paz, tudo flui, tudo acontece, nada nos aborrece, quando estamos em paz conosco, nada nos afeta, então através desses dois fenômenos mentais, Paz e Fé, conseguimos enfim, galgar tranquilamento e a passos largos os Degraus da Evolução.

Por isso costumo dizer que os mentores que estão sob essa égide, a Vibração Oxalá, são  mentores que já alcançaram um alto patamar evolutivo, são espíritos que já atingiram o patamar máximo de todas as demais vibrações, seja o amor, o espírito de Guerra, a Justiça e com todo esse caminho traçado, conseguiram enfim, experimentar o Nirvana e hoje trazem um pouco de sua experiência aos terreiros, impulsionando-nos à Fé e a Paz Interior. Podem reparar que muitas espíritos que atuam nessa egrégora, possuem a fala mansa, uma paciência interminável em suas consultas, transmitem aquela alegria e aquela tranquilidade imensurável.

Justamente por ser considerado o maior de todos os orixás, astrologicamente, o Sol é correspondente a essa Vibração, Oxalá é a Luz em Sua Plenitude, é o Calor, é vibração presente em todas as outras vibrações.

Aranauam.

Neófito da Luz.

Orixá Fala? Ogum Fala?

Srs, é uma questão que assombra muitos mediuns umbandistas e eu tava zapeando na net sobre o assunto e encontrei um texto bem bacana sobre o assunto.

Depois em um outro post colocarei o meu ponto de vista… Segue:

OGUM FALA…

Recebi uma carta da qual destaquei o seguinte trecho: “…estou escrevendo para uma consulta básica ao amigo. Aprendi desde criança a conviver com as entidades da Umbanda, pois, na minha casa tínhamos um babalorixá muito conceituado no meio umbandista, já lhe contei esta história. O fato é que, muitas vezes, fui chamada a atenção, pelos erros que cometia, e, algumas vezes, o senhor Ogum Beira-mar alertava-me sobre os cuidados que deveria ter em assuntos que ainda não haviam acontecido. Quando ele chegava no terreiro e saudava os seus filhos ele o fazia com uma dignidade de guerreiro e as palavras, apesar de doces, eram pragmáticas e eficientes os conselhos para a vida de cada um de nós.

Como já lhe contei, afastei-me da Umbanda por algum tempo, e, agora, na minha volta, vejo que Ogum não fala. Será que a Umbanda virou Candomblé, e os médiuns umbandistas só recebem ORIXÁS…”

A Umbanda é muito nova e seus líderes têm dificuldade para entendê-la. Gosto de fazer uma Umbanda simples, explicada dentro de nosso limite cultural, sem invenções e acima de tudo sem exibicionismo, este a alavanca que abre o alçapão do poço da vaidade e onde os dirigentes caem para ficarem no mesmo patamar dos espíritos que vivem nas trevas, maquinando uma forma de destruir os terreiros de Umbanda. Eu sei porque já estive lá, quando iniciei a prática do espiritismo. Fui salvo, como sempre acontece, pelo Pai Maneco, o maravilhoso espírito de um preto-velho angolano. Não posso aceitar a mistura da Umbanda com o Candomblé. Posso até explicar: apesar de toda minha vivência na Umbanda, não consigo entender a filosofia, as palavras complicadas e rituais usados quando ela fica acrescida do Candomblé.

Eu cultuo na Umbanda os Orixás Cósmicos, como Oxalá, Ogum, Iemanjá, Oxum, Iansã, Xangô e Oxossi. Esses não incorporam. São forças da Criação e por isso não falam. Chama-se também de Orixás os espíritos que se comunicam, como os caboclos (índios e mestiços), pretos-velhos (descendentes de escravos, ou que foram escravos), crianças (aqueles que desencarnaram até sete anos) e todas as outras linhas como ciganos, boiadeiros, médicos (dentro da Linha do Oriente), marinheiros, baianos e outras similares. Esses espíritos, chamados também orixás, que já tiveram várias encarnações na terra e por isso são chamados eguns, são os que incorporam nos médiuns.

Para começarmos a entender a Umbanda, temos que ir na sua fundação com o Zélio de Moraes. O Caboclo Sete Encruzilhadas não inventou a Umbanda. Claro que ela já existia. Ele, incorporado no médium Zélio de Moraes, alertou a todos que já existia uma nova religião no Brasil:a Umbanda! O Sr. Zélio de Moraes fundou o primeiro terreiro brasileiro. O terreiro foi batizado como Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, um nome católico. Jogar fora o que o Caboclo Sete Encruzilhadas anunciou, e a participação efetiva do médium Zélio de Moraes, é jogar fora a história da Umbanda. Ela não foi fundada em nome do Candomblé, nem do espiritismo tradicional de Allan Kardec.

Eu acredito que quando um espírito é criado, ele está dentro de uma linha ou vibração de um orixá cósmico. No meu caso, para exemplificar, eu nasci dentro da linha de Ogum e a influência dela é total em minha vida. Dentro da Umbanda, só dessa linha é que pode existir uma entidade por mim responsável, o chamado pai-de-cabeça. Ele me foi revelado e seu nome é Caboclo Akuan. Ele, o Caboclo Akuan, tem muita afinidade com a linha de Ogum Naruê. Por isso, quando chamam no terreiro Ogum Naruê, nada errado que ele se apresente com esse nome, fale coisas lindas, aconselhe e oriente os que o ouvem. Assim Ogum está falando.

Em nosso Terreiro, Ogum Beira Mar tem presença através de muitos médiuns. Ele fala, é carinhoso, austero quando precisa, atende a todos e dá consulta. Mas eu sei que esses Oguns Beira Mar são índios brasileiros que pertencem à linha do mar, diferente do Caboclo Akuan que era um índio tapuia, denominação dada àqueles que viviam dentro da selva, na beira dos lagos e rios.

Dizer que Ogum não fala é desconhecer toda lógica da Umbanda.

Texto por Pai Fernando.

Depois do crédito dado ao Pai Fernando, do site http://umbandabrasileira.wordpress.com/.

Meus sinceros votos de Paz Profunda.

Neófito da Luz.

Vibração Iansã

De acordo com o panteão Umbandista é a Orixá dos Ventos, a Deus dos raios, a guerreira de Aruanda. É a Rainha do Jacutá. Suas cores é o amarelo, também utilizam o marrom para Iansã dependendo da forma de trabalho do centro e também já vi utilizarem o vermelho ou o rosa.

Seu sincretismo é Santa Barbara. Suas incorporações variam de casa para casa, às vezes se apresentando com uma guerreira dançando com sua espada, às vezes dançando com o leque simbolizando o elemental ar, sendo assim, o vento e quando vibra nas águas, pode apresentar-se chorando. Depende muito de onde a Iansã do filho está imantada, se está pura, se está na vibração de Xangô ou Ogum ou até mesmo Oxum ou Iemanjá. Depende única e exclusivamente da linha do médium.

Seu dia é quarta-feira e vibra normalmente junto com a irradiação de Xangô, o dia de suas festividades normalmente ocorrem no dia 04 de dezembro, dia de Santa Barbara. Normalmente sua oferenda é vinho tinto ou branco ou até mesmo champagne, frutas das mais variadas, também já presenciei colocarem feijão fradinho no dendê com cenouras cozidas. Velas amarelas ou brancas, dependendo da casa, pode usar o marrom ou até mesmo o vermelho. Sua saudação é “Epahei”

A vibração Iansã atua no Ar, o elemento que segundo os hindus é onde carrega o Prana, a energia criadora do Universo, nela trafega toda a energia Divina que nos anima, é no ar que está o oxigênio, o símbolo primordial do elemento Vida, junto com a água. Dizem os Estudos Iniciáticos que é o Ar que transmite essa Energia incriada Universal.

Como existem vibrações e algumas delas podem se entrelaçarem, já senti como elementar de Iansã também o Fogo, o elemento do Poder Físico, do que nos impulsiona às lutas. Mas como vibração oriunda característica é o ar. Mas também pode existir Iansã que vibre na água.

A Energia de Iansã também é a força da Guerra, é a vencedora de demandas, a guerreira de Aruanda, é aquela que protege seus filhos com a mesma Energia de Guerra de Ogum. Também é sincretizada como a senhora dos Eguns, espíritos desencarnados segundo o panteão Umbandista, é a que encara a morte, que tem livre arbítrio entre os Mundos. Um fato curioso que ajuda a corroborar com tal afirmação é que Iansã raramente traz um caboclo de pena e sim um caboclo de couro, também conhecido por nós como boiadeiros, e são exímios domadores de eguns, é uma linha excelente para desmanchar e até quebrar feitiços de eguns entre outros tipos de obsessão dos mesmos.

Sua vibração nos impulsiona à luta, à coragem, à gana de vencer. Sua falange é muito pouco conhecida e conheci poucos caboclos que trabalham sob sua irradiação, geralmente são os caboclos que trazem como nome sua vibração, Ventania, caboclo dos Ventos, Sete Ventos, Sete Raios, Raio Dourado, conheci muito mais caboclos boiadeiros que atuam sob essa falange.

Os animais de Iansã carregam sua força e poder de guerra, são considerados os búfalos, bois, falcões, águia, entre outros que vivem em savanas e selvas africanas.