A Necessidade das Imagens e Paramentos na Umbanda

Nota da imagem: Imagine ter agilidade, força e destreza para lutar com um trombolho desse acima? E historiadores confirmam que a luta não era tão cinematográfica como nos filmes, assim como o excesso da paramentação atrapalhava as lutas, a mesma atrapalha o andamento dos trabalhos direcionando a atenção para outra direção divergente da Caridade e Humildade.

Saudações irmãos, aqui estou eu novamente, essa semana foi praticamente um COMBO de artigos… Fico um tempo entocado e quando saio, aí é um artigo atrás do outro.

O tema dessa vez é em relação aos diversos artigos que utilizamos durante os trabalhos, sejam chapéus, roupas, cachimbos, panos, fitas, imagens no altar entre outros.

Para isso, como tudo na vida, é importante ressaltar o caminho do meio, sabemos que o bom senso é extremamente relativo, porém, importante ressaltar alguns fatos que serão explanados no decorrer do texto.

Muitos centros utilizam cocares para os caboclos, capas, cartolas, espadas e afins, o que até então não vejo nenhum problema na utilização, isso ajuda na materialização de energia do guia, o seu orixá, o seu guia sabe o que é necessário para que você possa trabalhar de maneira correta, eu a priori, não suporto cocares para os caboclos, acho que vira um circo, porém, para alguns médiuns e até mesmo assistentes, é um importante caracterizador para dar mais credibilidade à consulta e consequentemente à incorporação.

Esses artefatos possuem mais valor visual a energético, sim, muitos exús envolvem seus filhos ou consulentes em suas capas, obviamente existe uma energia embutida ali, isso não me resta nenhuma dúvida, porém, é muito mais uma forma de dar credibilidade ao trabalho do que uma necessidade vibratória propriamente dita, o mesmo acontece com os chapéus, ajuda muito para o médium se concentrar, inclusive quando o guia coloca o chapéu na cabeça de outrem, isso ajuda com que aquele que está recebendo o chapéu em sua cabeça, tenha mais credibilidade no trabalho, o chapéu também serve para materializar determinada energia que o guia o utiliza ali, empregada na utilização para diversos fins, até aí sabemos que é muito útil e bem vindo, também é sabido que esses paramentos servem para auxiliar aquele que recorre a entender que tipo de guia ele está conversando, seja um baiano, seja um boiadeiro, seja um marinheiro, é uma caracterização que ajuda a identificar o arquétipo daquele espírito, e obviamente, o espírito que ali solicita tais paramentos, pede pela afinidade de experiências de vidas passadas, então com isso, une-se o útil ao agradável.

O guia espiritual usa aquilo que mais se adequa à forma de trabalho dele, ao arquétipo que ele traz, auxilia o próprio médium que o serve, identificando-o, sabendo mais sobre ele, vestindo melhor a “roupa” daquele espírito que está influenciando-o e tudo isso, ajuda o consulente a identificar, a dar maior credibilidade, possuir maior afinidade com aquela linha, com aqueles trejeitos, com aquela forma de trabalho e com isso, temos um objetivo único, o direcionamento de energia como um todo, a potencialização da fé, da verdade daquele guia. Além de ser um importante direcionador de fé, de credibilidade, isso faz com que os mentores de outro plano comportem-se como nós mesmos, afastando a distância sísmica que possuem de nosso plano, pelo contrário, se tornam amigos terrenos, justamente pela utilização da linguagem, dos trejeitos, da intimidade e isso tudo ajuda de forma mútua a todos dentro do terreiro.

Nesse mesmo preâmbulo, existem as imagens, que faz com o que o consulente sente-se mais acolhido, a imagem de Jesus no altar, causa um peso estrondoso, muitos incrédulos de Umbanda ou pessoas que não simpatizam-se, ao ver a imagem de Cristo no altar, a grande maioria delas muda de imediato a concepção da Umbanda e dos rituais no terreiro, o mesmo acontece quando um católico vê aquelas imagens de santos dos quais já estão totalmente familiarizadas. Os olhos tem um fator extremamente poderoso sobre os rituais, infelizmente, ainda confiamos demais nos olhos da carne, porém, como sendo o único sentido que definimos a nossa realidade, a utilização desses elementos tornam-se primordiais.

O meu mentor chefe, deixou claro que não é que usarei do sincretismo nos meus rituais, mesmo porque em minha linha isso não vai existir, porém, a necessidade de algumas imagens no terreiro é imperativa, justamente pelo fator do acolhimento a todos aqueles que buscam a graça, porém desconhecem a liturgia umbandista e seu principal objetivo, que é acolher a todos, independentemente de quaisquer características e trazendo-os a cura de suas mazelas, sejam físicas ou espirituais.

Até aí, eu acho tudo válido, muito bonito e interessante, nossa dependência exacerbada do sentido visual faz com que eles nos adaptem às nossas realidades e vale salientar: O GUIA OU O ORIXÁ NÃO NECESSITA DE TAIS PARAMENTOS PARA TRABALHO, SÃO APENAS FORMAS DE MATERIALIZAR AOS NOSSO OLHOS A ENERGIA NECESSÁRIA PARA UM DETERMINADO FIM.

Agora é onde começa a entrar o EXAGERO…

Guias rebeldes que não descem em terra se não tiver a sua capa, guias que tem que se vestir da cabeça aos pés, principalmente gira de ciganos ou pomba-giras que é um show de luxo, uma religião que faz questão de pregar a humildade, ciganos exigindo em suas camisas SEDA e CETIM para que fiquem vistosos em suas festas. Aí eu me pergunto: Que maldição, a humildade e a vaidade conseguem conviver juntas? Vejo pomba-giras com vestidos caríssimos exaltando a NECESSIDADE de ter a sua roupa para a festa, podem me fuzilar, mas me desculpe, ou é você que quer se aparecer ou você está com um tremendo de um EGUN OSTENTAÇÃO.

NÃO EXISTE GUIA OU ORIXÁ EXIGIR UMA ROUPA DE 2000,00, eles vem aqui pra TRABALHAR e não pra PASSEAR, eles tem como principal objetivo a prática do bem e da caridade, a lição de humildade, de altruísmo, de sabedoria, QUAIQUER FATOS QUE DIVERGEM DISSO NÃO É UM GUIA DE LUZ, É UM EGUN OU O SEU EGO EXACERBADO.

Em uma festa de pomba-gira, uma maldita festa, inclusive, onde chamam as mulheres de putas e sem vergonhas, foi meia-hora para as “raparigas” se arrumarem e falarem uma “merda atrás da outra”, sim, o papo era somente de putaria, macho de membro cumprido,     que posição mulher gosta, pelo amor de Deus né minha gente? É legal ter espíritos de outro plano como amigos e talz, poder falar tudo o que temos vontade, mas “PERA LÁ”.

E irmão Ronald, antes que você fale que virou desabafo, virou mesmo, qualquer problema, a gente discute pelo Skype (rsrsrsrs).

Então, acho que tudo na vida deve ser medido e refletido, o que eu acho interessante são centros que permitem as pomba-giras vestirem-se como verdadeiras meretrizes mas coíbem o uso de brilho labial para as mulheres! Não faz o menor sentido.

Tudo é bom senso, minha gente, eu particularmente, EU, Neófito, acho uma banalidade roupas para guias, acho que isso é muito mais o estímulo da vaidade à seriedade de trabalho, ciganos esnobes ostentando uma roupa da qual o cidadão já está morto, não basta estar morto e ter a oportunidade de vir prestar a caridade, tem que continuar ostentando e diminuindo os irmãos vivos? Que raios de Umbanda é essa? Exús que só bebem Blue Label que vivem na riqueza no outro plano e querem continuar dessa mesma forma? Um dia vi o Rei das 7 Encruzilhadas que é o mesmo exú que eu sirvo, o chefe da minha linha, ostentando em trono no centro, cartola de cetim, corrente enorme de ouro e tomando Blue Label, na consulta, o mesmo me diz que é milionário no inferno e quer manter o mesmo hábito aqui na Terra, então porque não reencarna como conde? Rs

Então senhores, tudo é bom senso, acho muito saudável o seu guia usar uma espada, usar seus paramentos, acessórios de fácil colocação para não atrapalhar o andamento dos trabalhos, isso por incrível que muitos neguem, é útil a muitas pessoas que ainda vivem o complexo de São Tomé (Só acredito vendo) porém acho que aí é o limite, agora ir fantasiar o guia todo, encher de batom, lápis, pentear o cabelo, se perfumar, só por Deus. Existe uma página do Facebook que eu me divirto chamado “Pérolas da Macumba”, acompanhem, é risada na certa!

Fechar uma balada para os exús se pegarem? Podem procurar nessa página.

E antes que receba e-mails, que vem aos montes, que eu não respeito muitos rituais, digo-lhes com veemência, respeito a Umbanda, qualquer coisa que foge da Lei da Caridade e Humildade não é Umbanda, então eu bagunço mesmo! Rs.

E por fim, os paramentos servem para caracterização, para familiarização e por ultimo, como principal objeto de trabalho do guia espiritual, já vi exús darem um show em trabalhos somente com a cuia d´agua, não precisa de whisky do mais caro, baiano só pedindo Malibu pra beber, na época deles nem existia isso, vale pensar, o principal foco é que aqueles que cheguem até vocês ouvindo uma palavra, veja em vocês e nos seus guias espirituais, igualdade, fraternidade, mostrar que estão no mesmo patamar “social”, não uma pessoa humilde desempregada se deparar com um cigano que só bebe vinho do Porto, que palavra de humildade esse cigano vai proferir? Como vai atingir aquele humilde sendo que ele mesmo se mostra superior? Fica a reflexão.

Roupas caras, ostentação é para médiuns fracos que não confiam em si próprios, não possuem a firmeza necessária para dar uma boa comunicação, para impressionar aquele adepto que se prostra à sua frente e necessita de fantasias, dessa exacerbada caracterização para impressionar os nossos olhos, e eu digo com certeza, mesmo nossos olhos sendo o cartão de visita, nada mais impressionante que uma consulta de um guia espiritual que atinge seu coração, que fala algo que realmente acontece, que toca sua alma retirando do fundo dela, suas trevas e demônios.

Como diz meu amigo Chico Preto: “Os olhos da carne traem”.

E como dizia um grande filósofo Antoine de Saint-Exupéry: “O essencial é invisível aos olhos”

Neófito da Luz .’.

Os diferentes tipos de liturgia umbandista – Parte II – Exu

Ontem, demos uma pequena introdução sobre exu e espero concluir nesse texto:

Foi deixando em aberto os tópicos:

  • · Roupagem fluídica;
  • · Incorporação;
  • · Quizila com eres.

Quanta a roupagem fluídica, como já mencionei, não é uma regra aquelas imagens deformadas que vendem em casa de artigos religiosos, eu mesmo já presenciei exus totalmente diferentes daqueles da imagem. Alguns podem até ter chifre, mas totalmente diferente da igreja e do próprio Cristianismo que o chifre quer dizer que a entidade é oriunda das regiões mais baixas do orbe, na mitologia nórdica, o chifre era sinal de força, o próprio Deus que protege os portões de Asgard, onde vivem os Deuses, Heimdall, possui chifre em seu capacete como ilustra a figura que postei no primeiro texto sobre esse assunto. Segue abaixo um texto sobre o significado do chifre:

O chifre tem o sentido de eminência, de elevação. Seu simbolismo é o poder. De maneira geral, é, aliás, o símbolo dos animais que têm chifre. Tal simbolismo está ligado a Apolo Karneios, a Dioniso. Foi usado por Alexandre o Grande, que se apropriou do emblema de Amon, o carneiro, a que o Livro dos mortos egípcio chama Senhor dos dois chifres. É encontrado, ainda, no mito chinês do terrível Tch’e yeu, de cabeça corcunda, a quem Huang-ti não pôde vencer senão soprando num chifre. Huang-ti utilizou a bandeira do seu rival, carregando sua efígie corcunda e conservando em seu poder a virtude do adversário para impor seu próprio poder. Os guerreiros de diversos países (principalmente os gauleses) usavam capacetes com chifres. O poder dos chifres, aliás, não é apenas de ordem temporal. (Extraído do site www.profeciasnet.com.br)

Talvez seja por isso que possa existir exus com chifres, pelo menos no meu caso, nenhum dos guardiões eu pude verificar a existência dos mesmos.  Claro que há o fator que podem se plasmar de qualquer forma, como eu me impressionaria, preferiram omitir a existência do mesmo.

Agora o significado da cor preta de um ponto de vista esotérico é proteção, é força. Interessante lembrar que os padres utilizam a cor negra para afastar os maus espíritos, baseado nessa mesma afirmação, o preto foi utilizado para os enterros, para que nos protegêssemos de maus espíritos e até mesmo da morte. Algumas correntes cristãs, acreditam que os anjos quando visitam a Terra, eles também vestem negro. Podemos enumerar vários significados para essa cor, mas para mim essa foi a mais coerente. Temos também o vermelho que pode representar a sensualidade, como alguns creem, exu é o orixá da fertilidade. Mas dentro mesmo da cor vermelha, podemos associá-la ao chacra básico, o início da kundalini, a energia Terrestre. Ele também favorece a conquista da vitória pelo esoterismo. Não vou me estender muito a esse assunto pra não ficar muito chato.

A grande maioria dos exus usam capa, capa tem o simbolismo de trabalho de alta magia. Ela tem o mesmo significado que o manto em ordens iniciáticas, que simboliza a proteção dada pela sabedoria adquirida. Isso no caso da capa cor preta, o seu interior vermelho simboliza o sacrifício do nosso “Eu Interior”, lembrando o sangue derramado por templários e outros cavaleiros. Lembrando que a capa também significa nobreza.

Alguns exus carregam o tridente ou até mesmo em seus pontos, o significado do tridente remonta aos tempos mitológicos, já era usada por Poseidon, o Deus dos Mares na mitologia grega e sendo assim, por Netuno, o Deus dos Mares na Mitologia Romana. Antes dos tempos mitológicos, podemos presenciar o uso do tridente no hinduísmo, por Shiva, o Deus da Destruição e que anda sobre a Terra, mantendo o equilíbrio cósmico. No Hinduísmo é chamado de trishula. Suas três pontas representam as três qualidades dos fenômenos: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio).

É um símbolo erroneamente confundindo com as hostes infernais, vamos combinar que o Cristianismo, muito mais o catolicismo execrou, banalizou todos os fenômenos e simbologias pagãs e esotéricas, tudo o que não era cristão era demoníaco sendo assim, criando essa falsa imagem sobre muitas coisas que presenciamos. Como nascemos em berço cristão de alta tradição católica, nascemos com esses vícios.

Agora vamos entrar no quesito incorporação do médium com as linhas de exus…

Muito comumente presenciamos nas casas exus corcundas, com garras, utilizando de diversos termos torpes que de certa forma, até prejudica a harmonia do trabalho. Por que isso acontece?

Ontem falando com uma irmã a respeito desse assunto, acreditamos e já presenciei exus com mais luz que o caboclo, mas ainda anda nas trevas por não se achar digno de caminhar na Luz ou até mesmo porque se sente mais útil trabalhando em hostes inferiores. Como soldados do astral, como mantenedores da Ordem. Claro que todos os espíritos independente da egrégia da qual faz parte, possuem graus evolutivos diferentes, o que eu não descarto alguns exus com pés de cabra, chifres e outros itens que eu já citei, confesso já presenciar espíritos dessa forma mas não senti a vibração Exu, claro que eu posso estar enganado, mas não sentia aquele calor que sinto no ombro esquerdo ou até no braço na presença de um exu.

Acho que esses são irmãos que ainda estão em franco processo de evolução, não que não estejamos, mas acredito que por ainda guardarem estigmas ou certas características no períspirito ainda estão em processo de evolução espiritual e intelectual, claro que não é por isso que temos que desprezá-los e sim dar-lhes a oportunidade da prática do amor e da caridade e assim, galgando os degraus da evolução. Claro que aceito comentários discordando do que eu estou falando para que assim eu possa aprender também.

Quanto à quizila com eres, como todos sabem, não acredito em quizila, então com as linhas da Umbanda não seriam diferentes. Esse caso de ere ter medo de Exu mostrou-se pura balela. Se são todos trabalhadores em prol de um benefício comum, a prática da caridade sob as Leis Vibracionais dos Orixás, existir rixas? Realmente eu não acredito nisso. Se alguém tiver algum fato que contrarie isso, por favor, fique a vontade para comentar, assim como me apedrejaram com o post Linha de Cangaceiros. Estamos aqui pra isso [risos].

Ainda darei continuidade ao contexto Exu antes de entrar em um novo tópico.

Paz Profunda. Neófito.